quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A LUTA DO CAMPO ESTÁ DE LUTO!


Mais um trabalhador do MST é assassinado no Pará

Por Daniel Francez - Belém (PA)

Na tarde de domingo (23), no assentamento Mártires de Abril, na ilha de Mosqueiro, Belém, o companheiro Mamede (55 anos) foi assassinado com dois tiros em seu lote.
Mamede estava trabalhando em seu sistema agroflorestal quando foi brutalmente assassinado. O trabalhador e sua companheira eram referências em produção agroecológica, em uma região de solo arenoso e com baixa fertilidade.
Mamede conseguiu desenvolver diversos sistemas de produção orgânica e integrados, consorciando a lavoura temporária com a floresta, além da piscicultura, a criação da galinha caipira e a apicultura, tudo isso sem recurso e apoio de políticas públicas.
O suposto autor do crime foi preso momentos após o caso. De acordo com o cabo PM Rodrigues, Luís Henrique, 28 anos, portando um revólver calibre 38 com seis munições e a numeração raspada, foi apreendido em sua casa quando já ia fugir. Para a polícia, o líder do movimento pode ter sido morto por motivo banal.
Contudo, não é novidade que a região virou rota do tráfico de drogas e alvo de violência e de assaltos frequentes. O crime organizado representa um poder paralelo que submete a população ao medo. A polícia, ao invés de combater o crime com inteligência, age com truculência contra os moradores pobres. Quando um grupo de trabalhadores foi à delegacia no dia do assassinado o delegado do caso os tratou com absurda grosseria e os expulsou da delegacia. Para os moradores dos assentamentos isso é rotina.
Dezenas de trabalhadores rurais e lideranças de movimentos de luta pela terra e pela proteção ambiental são vítimas de latifundiários, fazendeiros e madeireiros no Pará. Alguns casos ganharam o noticiário nacional e até internacional, como o homicídio do casal de líderes extrativistas José Claudio e Maria do Espírito Santo em 2011, no município de Nova Ipixuna (Pará), dois dias antes do assassinato do assentado Herenilton Pereira no mesmo local.
Portanto, o latifúndio e a pobreza no campo são o pano de fundo deste cenário, que só beneficia o agronegócio e o crime organizado. Agricultores familiares e populações tradicionais que buscam modelos alternativos de produção, tirando o sustento da terra respeitando o meio ambiente, em condições das mais adversas, servem de referência e contraponto ao agronegócio, ameaçando os interesses dos ricos e poderosos.
No enterro do companheiro Mamede, centenas de trabalhadores e ativistas estiveram presentes prestando homenagens e solidariedade a sua família e a sua luta. Oito companheiros do PSTU estiveram presentes. O companheiro Cleber Rabelo (PSTU), eleito vereador de Belém, também esteve presente e compôs a comissão que foi à delegacia para cobrar agilidade na apuração do crime e respeito aos moradores dos assentamentos.
A luta e a vida do companheiro Mamede sempre será lembrada como exemplo de persistência na busca de uma sociedade justa e igualitária, e a sua morte só reforça a necessidade de fortalecer a luta no campo e na cidade.

MAMEDE VIVE!
PELO FIM DO LATIFUNDIO E TODO APOIO AOS COMPANHEIROS DO MST E A LUTA PELA REFORMA AGRÁRIA E POR UM DESENVOLVIMENTO AGROECOLÓGICO NO CAMPO!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CLEBER RABELO (PSTU) APOIA MARINOR BRITO PARA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM!

Cleber Rabelo e Marinor Brito durante a cerimônia de
diplomação do TRE

O primeiro embate a ser travado na nova legislatura da Câmara Municipal de Belém (CMB) diz respeito à eleição da mesa diretora, em particular a sua presidência. Nós, do PSTU, que durante toda a campanha eleitoral defendemos uma cidade para os trabalhadores, estamos apoiando o nome da vereadora eleita Marinor Brito (PSOL) para presidente da CMB com o critério da defesa de um programa que reflita os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora e de independência em relação aos partidos da burguesia e aos governos municipal, estadual e federal.

A Frente de Esquerda (PSTU-PSOL) elegeu a maior bancada da Câmara, com 5 vereadores eleitos, sendo Marinor Brito (PSOL) a mais votada com mais de 20 mil votos. É preciso que a vontade popular se expresse nessa eleição e que as bandeiras e pautas dos movimentos sociais sejam priorizadas na agenda do legislativo, como a luta por mais investimentos para as áreas sociais, pelo fim da privatização dos serviços públicos, pela construção de creches públicas e casas populares nos bairros periféricos da cidade, e em defesa dos grupos oprimidos (LGBT’s, Negros e Mulheres).

Vamos lutar para que não se repita episódios como, em 2009, em que a maioria dos vereadores aprovou a isenção de R$ 84 milhões de ISS (Imposto sobre Serviços) para os empresários de ônibus ou como durante a licitação do BRT (Bus Rapid Transit) que foi feita a toque de caixa para beneficiar uma grande construtora.

Uma presidenta no poder legislativo municipal que não faça alianças com os partidos burgueses, que não seja subserviente à prefeitura e que priorize as demandas dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre e oprimido de Belém pode ser um ponto de apoio fundamental paras as lutas que vamos travar nas ruas e no plenário da Câmara.


Belém, 19 de dezembro de 2012
Cleber Rabelo, operário da construção civil e vereador eleito de Belém pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). 

PROTESTO PELA LIBERTAÇÃO DE OPERÁRIOS DE BELO MONTE MARCA A DIPLOMAÇÃO DE CLEBER RABELO

Andréa Neves e Thiago Cassiano, Belém - PA

Fonte: Foto Jornal O Liberal
A cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos em Belém tinha tudo para seguir normalmente na noite de ontem (18/12). Cerca de 800 pessoas reunidas no Hangar esperavam a celebração do Hino da República, a fala da presidente da junta apuradora da capital, juíza Drª Maria das Graças Alfaia Fonseca., e em seguida, a entrega dos diplomas ao prefeito, à vice-prefeita, e aos 35 vereadores eleitos. E assim teria seguido, se não fosse o mandato operário e socialista do vereador eleito pelo PSTU, Cleber Rabelo.

Foto: Thiago Cassiano

Ao ser diplomado, Cleber mostrou não apenas o diploma de vereador, mas também uma faixa que exigia a libertação dos cinco operário presos na greve de Belo Monte, em Altamira (PA). Neste momento, a militância do PSTU, também presente na cerimônia, entendeu o recado e levantou abrindo outra faixa e gritando: “Liberdade aos presos políticos de Belo Monte”; fato que chamou a atenção dos demais candidatos e de seus convidados.
Vereadora Marinor Brito - PSOL
assinando o abaixo assinado exigindo a
libertação dos pressos de Belo Monte 
Ainda durante a cerimônia, Cleber pressionou os vereadores eleitos a assinarem um abaixo assinado exigindo a libertação dos operários que estão encarcerados, há mais de 30 dias, por razões políticas e sem provas. Dos 35 vereadores eleitos, 17 assinaram, além de um vereador eleito no município de Ananindeua (região metropolitana de Belém) e um Dep. Estadual, dentre eles: Cleber Rabelo (PSTU); Dr. Chiquinho (PSOL); Dr. Elenilson (PTdoB); Marinor Brito (PSOL); Fernando Carneiro (PSOL); Raul Batista (PRB); Wandick Lima (PP); Nemias Valetim (PSDB); Paulo Queiroz (PSDB); Thiago Araújo (PPS); Prof. Elias (PPS); Sandra Batista (PCdoB); Moa Moraes (PCdoB); Orlando Reis (PSD); Dinely (PSC); Scaff (PMDB) Igor Normando (PHS); Neto Vicente (PP – Ananindeua); Dep. Estadual Carlos Bordalo (PT)
Vereador Paulo Queiroz - PSDB
assinando o abaixo assinado exigindo a
libertação dos pressos de Belo Monte 
De acordo com Cleber, este ato é apenas uma mostra de como será seu mandato na Câmara de Vereadores de Belém: “Temos quatro anos de um mandato operário e socialista pela frente e ele vai ser um pouco disso que foi hoje: um ponto de apoio para a luta dos trabalhadores. Se depender de nós, a câmara de vereadores não terá mais sossego!”, afirmou.

Para Dion Monteiro, ativista do Comitê Xingu Vivo Para Sempre, o mandato de Cleber pode ser muito importante para denunciar casos de injustiça, como esse e para reforçar a luta dos trabalhadores nas ruas. “É tarefa de todo militante revolucionário denunciar, em todos os campos, a criminalização que esses cinco operários estão sofrendo: presos injustamente, sem provas(...) Por isso, ter um vereador revolucionário no parlamento pra fazer essa luta com certeza pode reforçar a luta dos trabalhadores nas ruas, que é nosso principal campo de ação!”, disse.  

Liberdade imediata dos operários de Belo Monte

Os cinco operários presos são acusados de formação de quadrilha, dano ao patrimônio e incêndio criminoso após a revolta de cerca de doze mil trabalhadores do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), que deflagraram uma greve contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho a que estão submetidos. Até hoje, porém, nenhuma prova justificou a detenção dos trabalhadores em relação às acusações, nem e o laudo do corpo de bombeiros de Altamira, que concluiu não haver como apontar responsáveis pelo incêndio.

Cleber, que é também integrante da Comissão da CSP-Conlutas - Central Sindical Popular que visitou os operários presos em Altamira no último dia 12/12 reafirmou que essas prisões são irregulares e reforçou o compromisso de seu mandato. “Os problemas no interior dos canteiros são de cunho trabalhista! O que vemos nos Canteiros de Belo Monte é um regime de semi-escravidão, onde os operários são superexplorados e mal remunerados. Além disso, a falta de segurança que os operários estão submetidos já causou diversas mortes (...) E é aí que vai estar o meu mandato: na defesa pela libertação dos operários presos, no apoio à luta e as reivindicações dos trabalhadores e na constante denuncia da criminalização dos movimentos sociais.” , concluiu. 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

CLEBER RABELO DECLARA SOLIDARIEDADE À RESISTÊNCIA DO POVO SÍRIO CONTRA O GOVERNO ASSASSINO DE ASSAD

A noite do dia 12 de dezembro de 2012 vai ficar marcada na memória de cerca de 120 pessoas que estavam presentes no auditório do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belém. Não por ser uma prévia do fim do mundo como afirmam diversos numerólogos, astrólogos..., mas talvez por marcar o início de grandes reflexões acerca das atrocidades cometidas pelo governo ditatorial de Bashar Al-Assad e a luta travada pelo povo Sírio.
A palestra “A Primavera Árabe e a Revolução na Síria” organizada pela CSP-Conlutas foi ministrada pela ativista síria Sara Al-Suri, hoje exilada no Líbano, e iniciou com um pequeno documentário com cenas de massacre da população civil, vítima dos bombardeios do regime de Al-Assad. 
Cleber Rabelo, em sua fala, afirmou que esse debate é fundamental, pois ainda que tenhamos uma situação diferente no Brasil, os trabalhadores brasileiros sofrem diariamente ataques impostos pelo governo de frente popular: “O governo de frente popular que hoje vigora no Brasil, tendo em Dilma (PT) sua representação máxima, ataca todos os dias os direitos da classe trabalhadora, com os leilões dos poços de petróleo, as privatizações dos hospitais universitários e dos aeroportos, por exemplo. Nesse sentido, a mobilização e a pressão dos trabalhadores são fundamentais para barrar estes e qualquer tipo de ataque. O povo sírio é um exemplo a ser seguido em todo o mundo!”, afirmou.
Solidariedade Internacional
Assim como Cleber, Sara Al-Suri também ressaltou a importância do espaço e lembrou com indignação os setores da “esquerda” que insistem em apoiar a ditadura síria, como é o caso das organizações ligadas a Cuba ou a Chávez, na Venezuela. “O povo Sírio tinha esperanças nesses governos e os enxergava como símbolos importantes do anti-imperialismo. Mas o que vemos hoje é a Venezuela fornecendo o diesel que alimenta os aviões de guerra de Assad, que bombardeiam nosso povo! O apoio que estamos recebendo de organizações como o PSTU é fundamental para que acreditemos de novo na esquerda. E em uma esquerda consequente!”
Nesse sentido, Cleber afirmou ser muito importante a solidariedade internacional com a causa síria. Segundo o vereador eleito, é necessário que as organizações de esquerda em nível mundial se posicionem de forma coerente neste embate e, para isso, é preciso ter claro quem está no campo da revolução e quem está no campo oposto, no da contrarrevolução: “Assad sempre foi sustentado pelo imperialismo e é no exército de Assad que está o processo contrarrevolucionário que quer derrotar o levante operário sírio. Ainda que os principais órgãos de oposição ao regime ditador - o Conselho Nacional Sírio (CNS) e o Exercito da Síria Livre (ESL) – sejam compostos por alguns setores da burguesia, é um erro a “esquerda” internacional posicionar-se a favor de Assad. É necessário disputar essas organizações por dentro, mantendo a independência política dos trabalhadores sírios, e batalhar contra qualquer tipo de direção traidora do processo. É por isso que estamos ao lado do povo sírio e contra o massacre praticado com métodos nazifascistas pela ditadura pró-imperialista de Assad”. 
Caráter internacionalista
Cleber ainda destacou o caráter internacionalista do PSTU, dizendo que isso já fez com que o partido travasse várias lutas e fizesse campanhas internacionais em favor dos trabalhadores oprimidos em todo o mundo: “Nos posicionamos ao lado do povo haitiano e queimamos a bandeira do Brasil, contra intervenção brasileira no Haiti; nos posicionamos contra Mubarak,  ao lado dos egípcios; e também contra a intervenção imperialista na Líbia, contra Kadafi. Agora, o caráter internacional do nosso partido nos cobra outro posicionamento e é por isso que estamos contra Assad; é por isso que exigimos que ele seja processado e condenado por todos os crimes cometidos e que seus bens sejam confiscados e colocados a serviço dos explorados. Nossa luta aqui no Brasil é pela queda do regime e pela construção de um governo operário na Síria (...) Os ventos que sopram no mundo árabe nos mostram que revoluções são possíveis e essa vitória do povo sírio será, com certeza, a vitória dos trabalhadores em nível mundial.”, concluiu.