Fonte: Foto Jornal O Liberal |
A
cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos em Belém tinha tudo para seguir
normalmente na noite de ontem (18/12). Cerca de 800 pessoas reunidas no Hangar
esperavam a celebração do Hino da República, a fala da presidente
da junta apuradora da capital, juíza Drª Maria das Graças Alfaia Fonseca.,
e em seguida, a entrega dos diplomas ao prefeito, à vice-prefeita, e aos 35
vereadores eleitos. E assim teria seguido, se não fosse o mandato operário e
socialista do vereador eleito pelo PSTU, Cleber Rabelo.
Foto: Thiago Cassiano |
Ao ser diplomado, Cleber mostrou não apenas o diploma de vereador, mas também uma faixa que exigia a libertação dos cinco operário presos na greve de Belo Monte, em Altamira (PA). Neste momento, a militância do PSTU, também presente na cerimônia, entendeu o recado e levantou abrindo outra faixa e gritando: “Liberdade aos presos políticos de Belo Monte”; fato que chamou a atenção dos demais candidatos e de seus convidados.
Vereadora Marinor Brito - PSOL assinando o abaixo assinado exigindo a libertação dos pressos de Belo Monte |
Vereador Paulo Queiroz - PSDB assinando o abaixo assinado exigindo a libertação dos pressos de Belo Monte |
Para
Dion Monteiro, ativista do Comitê Xingu Vivo Para Sempre, o mandato de Cleber
pode ser muito importante para denunciar casos de injustiça, como esse e para
reforçar a luta dos trabalhadores nas ruas. “É
tarefa de todo militante revolucionário denunciar, em todos os campos, a
criminalização que esses cinco operários estão sofrendo: presos injustamente,
sem provas(...) Por isso, ter um vereador revolucionário no parlamento pra
fazer essa luta com certeza pode reforçar a luta dos trabalhadores nas ruas,
que é nosso principal campo de ação!”, disse.
Liberdade imediata dos operários de Belo Monte
Os
cinco operários presos são acusados de formação de quadrilha, dano ao
patrimônio e incêndio criminoso após a revolta de cerca de doze mil
trabalhadores do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), que deflagraram uma
greve contra os baixos salários e as péssimas condições de trabalho a que estão
submetidos. Até hoje, porém, nenhuma prova justificou a detenção dos
trabalhadores em relação às acusações, nem e o laudo do corpo de bombeiros de
Altamira, que concluiu não haver como apontar responsáveis pelo incêndio.
Cleber,
que é também integrante da Comissão da
CSP-Conlutas - Central Sindical Popular que visitou os operários presos em Altamira no
último dia 12/12 reafirmou que essas prisões são irregulares e reforçou o
compromisso de seu mandato. “Os problemas no
interior dos canteiros são de cunho trabalhista! O que vemos nos Canteiros de
Belo Monte é um regime de semi-escravidão, onde os operários são
superexplorados e mal remunerados. Além disso, a falta de segurança que os
operários estão submetidos já causou diversas mortes (...) E é aí que vai estar
o meu mandato: na defesa pela libertação dos operários presos, no apoio
à luta e as reivindicações dos trabalhadores e na constante denuncia da
criminalização dos movimentos sociais.” , concluiu.
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