O vereador Cleber Rabelo (PSTU) participou na manhã
de hoje (13) de uma diligência para fiscalizar a situação da saúde nos postos e
prontos socorros da capital. A iniciativa de diversos vereadores visa fazer uma
radiografia da situação da saúde em nosso município. Integram a comissão também
os vereadores Dr. Chiquinho, Fernando Carneiro e Marinor Brito (PSOL), Moa
Moraes e Sandra Batista (PCdoB) e Iran Moraes (PT).
Vereadores na porta HPSM Guamá
A primeira visita feita pela comissão foi na Unidade
de Saúde da Terra Firme, localizada na Trav. São Domingo. Segundo moradores do
bairro, a falta de médicos como Clínico Geral, nutricionistas, geriatras e ortopedistas
são constantes. Mas além da falta de médicos, a falta de aparelhos para
realização de exames e medicamentos também compõem a dura realidade da
população que necessita de atendimento. Dona Lúcia Pereira, 53, reclama que “na
maioria das vezes não tem nem aparelho para medir pressão e sequer luva para a
realização dos exames”. Já a senhora Maria Gomes, 45, afirma que a falta de
medicamentos para distribuição nos postos, fazem com que ela deixe de comprar a
comida para poder comprar os remédios que necessita.
Enquanto isso, a jovem Tereza Silva, 25, que aguardava
na fila da farmácia, teve que pedir ajuda ao vereador Cleber para ter seu
pedido entregue. Ela aguardava na fila para pegar um Paracetamol (remédio para
febre e dor de cabeça) para a filha, de 3 anos, que estava em seu colo. Tereza
afirma que diversas vezes tentou buscar o remédio, mas não havia no estoque. “No
início desse mês chegou o remédio, mas a atendente da farmácia alegou que não
poderia conceder por que a receita estava fora do prazo de validade e que eu deveria
entrar na fila para ser consultada novamente”, desabafou. Procurada pela comissão de vereadores, a
atendente não foi encontrada para dar explicações.
O quadro encontrado no Hospital Pronto Socorro
Humberto Maradei (PSM do Guamá) é ainda mais estarrecedor. A falta de médicos,
enfermeiros, equipamentos e remédios aliada à espera, no corredor, de pacientes
para serem atendidos (pacientes diagnosticados com tuberculose misturados com
pacientes com AIDS e pacientes com trauma) configuram um verdadeiro caos. Daiane
Silva, 22, afirma que avó sofreu um AVC na manhã de ontem, no município de
Barcarena. Lá, foi diagnosticada e transferida para o PSM, mas até o momento
encontra-se na sala de observação sem medicamento, por falta de leito.
Segundo o diretor do hospital, no PS do Guamá não
há sequer ambulância. O aparelho de raio- X está quebrado há mais de 10 anos e
nesse período já foi soldado duas vezes. Ele também afirma que já ocorreu caso
da máquina cair em cima do paciente durante o exame. Enquanto isso, remédios
caríssimos apodrecem em um galpão alugado por 6,7 mil reais.
O vereador Cleber Rabelo lamentou as constatações
percebidas nos locais e se comprometeu a cobrar providências: “Estamos
fazendo hoje essa visita surpresa para constatar o que a população nos denuncia
todos os dias nas ruas. Isto é um absurdo completo. Não podemos aceitar essas
coisas e não fazer nada. A antiga gestão da Câmara sabia de tudo isso e foi
totalmente conivente com o ex-prefeito Duciomar, que detonou a saúde do
município. É um crime o que está acontecendo aqui: até leite com larvas foi
encontrado pela nutricionista! A alimentação é fornecida pela empresa Qualichef
que, de acordo com reportagens veiculadas na imprensa, é ligada direta ou
indiretamente a Carlinhos Cachoeira”, argumentou o parlamentar. “O nosso
papel é investigar e fiscalizar os recursos e serviços públicos. Precisamos
apurar quem são os criminosos que deixaram com que essa situação chegasse a
esse ponto e prende-los”, finalizou Cleber Rabelo.
Segundo os vereadores, as visitas serão surpresas e
continuarão a acontecer em mais postos e hospitais da cidade. Elas serão
relatadas, documentadas e farão parte das investigações para identificar as
irregularidades.
Veja algumas imagens abaixo:
População denuncia o caos da Saúde
Tereza Silva, aguardava para pegar o remédio
População sendo atendida no corredor
Maquina de Raio X tem 10 anos, solda já não aguenta mais, risco de cair a qualquer momento
Rachaduras fazem parte do dia a dia do hospital
Vereadores reunidos com a direção do hospital para cobrar explicações
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