terça-feira, 23 de abril de 2013

Atividade de apresentação do PSTU termina com 40 filiados


- Já existe PSTU em Breu Branco, vereador?
- Infelizmente, não...
- Pois agora, tem! E eu quero ser o “garoto-propaganda” dele!


O diálogo acima aconteceu entre um dos noventa operários de Belo Monte que estavam em Belém e o vereador do PSTU, Cleber Rabelo, na tarde de terça-feira (16). É que neste dia foi realizada uma atividade de apresentação do partido aos trabalhadores grevistas, na Sede Campestre do Sindicato da Construção Civil de Belém. Ao final da apresentação, 40 operários, dos mais variados locais do país resolveram dar um passo a mais em sua organização e se filiaram ao partido. Além disso, muitos se mostraram interessados a discutir o nosso programa para a classe trabalhadora e construir essa ferramenta de luta política.
Mesmo com os dias corridos e diversas atividades, entre atos, reuniões e passagens nos canteiros de obras de Belém, os operários de Belo Monte se dispuseram a participar de uma atividade interna, de apresentação do PSTU. O operário da construção civil de Belém que esteve em Altamira junto aos trabalhadores e que também é militante partido, Antônio Francisco de Jesus (mais conhecido como Zé Gotinha), iniciou a discussão perguntando aos operários se eles imaginavam o motivo de ele ter ido a Altamira participar do processo de mobilização. “É verdade...”, exclamou um dos trabalhadores, “se nem o sindicato de lá, que nós pagamos todo mês com parte do nosso salário fez alguma coisa... por que vocês saíram de Belém pra ir lá?”, continuou indagando.
“Porque pertencemos a um partido”, respondeu Zé. De acordo com ele, hoje em dia é fácil ser de um partido político e achar que vai enriquecer, ser vereador e ficar na câmara, no ar condicionado de braços cruzados... “Mas nós somos diferentes. Nosso partido luta contra a exploração dos trabalhadores e acredita que outro mundo é possível”, explicou.
Para o vereador Cleber Rabelo, a materialização deste “outro mundo” seria onde os trabalhadores governassem. Segundo ele, a constituição alega que todos tem direito à saúde e educação de qualidade, transporte e moradia digna. Mas que isso não é garantido aos trabalhadores. “Às vezes nós até conseguimos consulta nos hospitais, mas temos dinheiro pra comprar os remédios? Todos nós temos capacidade de ser cientistas, doutores... mas temos oportunidades? (...)Nós, do PSTU, acreditamos ser possível mudar essa realidade!”, disse.
Luta política X Luta econômica
O vereador ainda falou da importância e também da limitação das lutas econômicas, dentro dos sindicatos. Para ele, apesar de um sindicato, uma central sindical ser importante para organizar os trabalhadores pra lutar por melhores condições de trabalho, não resolvem todos os problemas: quando as campanhas salariais acabam, por exemplo, os trabalhadores voltam para os canteiros para dar lucro aos patrões. “Se quem produz as riquezas somos nós, por que o lucro fica com meia dúzia de pessoas que não fazem nada, além de nos explorar?”, questionou.
Cleber, então, explicou que isso acontece porque vivemos em uma sociedade capitalista, dividida em classes, que não leva em conta as necessidades dos trabalhadores. “Para nós, a luta econômica deve estar ligada a luta política. Só assim poderemos mudar a sociedade, mudar a forma de governar. Nós acreditamos na força dos trabalhadores. Acreditamos que a força dos trabalhadores é capaz de mudar o mundo. E lutamos dia após dia para que isso aconteça”.
Filiação

A exemplo de diversos operários, seu   Francisco da Conceição, 45, também se filiou ao PSTU neste dia. Antes de ir à Altamira a trabalho, seu Francisco residia em Marabá, cidade localizada no sudeste paraense. Lá, trabalhava há 15 anos no setor da construção civil e criou, ao lado de sua esposa, seus seis filhos. Sobre política, diz entender mais do que muitos “políticos”. “Eu nunca fui desses de dizer que não quero saber de política. Isso é tolice. Eu acho que a gente vive e faz política todos os dias. E digo isso porque eu acreditava no PT. Votei no Lula, votei na Dilma... mas a realidade me mostrou o que é esse partido”, disse.
Segundo ele, só de os militantes do PSTU terem ido à Altamira, lutar junto com os trabalhadores em greve foi um fator favorável à sua filiação. Mas não o bastante. Para ele, o fator decisivo foi a independência financeira. “Eu era PT, mas depois do que eu vi de vocês, que vocês estão na luta e todo o dinheiro sai do bolso de vocês, eu tive a certeza de que vocês vão continuar com a gente até o fim: pra ganhar ou pra perder. E tenham certeza: agora eu sou PSTU e vocês têm mais um guerreiro nesse partido”, afirmou. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A ameaça da privataria tucana sobre a Santa Casa

Projeto da nova Santa Casa
Nos últimos dias, foi divulgado na imprensa denúncia do Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (SINDMEPA) sobre as negociações entre o governo do Estado e o CESUPA, Instituição Privada de Ensino Superior, para mudar o modelo de gestão da Santa Casa de Misericórdia do Pará. Esse suposto “novo” modelo seria o das Parcerias Público-Privadas, a moderna forma de privatização, que repassa os riscos dos ônus para o Estado e os lucros e o controle da gestão para o setor privado.
Existe uma crise de financiamento e de gestão na Santa Casa. Os trabalhadores da saúde 
vem denunciando atrasos no pagamento dos plantões, a desativação do 
conselho gestor da entidade e da comissão da GDI (Gratificação por Desempenho), além das péssimas condições de trabalho e descumprimento do acordo de greve de 2011. Esse desrespeito aos trabalhadores é responsável pelos escândalos que aparacem constantemente na mídia, como as mortes de bebês nos últimos anos.
Hospital Fundação Santa Casa de Misericórdia
A saída para a crise de financiamento e de gestão da Santa Casa não é a privatização e sim a democratização da gestão e o aumento nos investimentos para a saúde pública. Exigimos do governador do Estado Simão Jatene explicações formais sobre essas denúncias e que sejam retomadas imediatamente a mesa de negociação com os trabalhadores desta que é a mais antiga maternidade em funcionamento do Estado (mais de 300 anos de existência). 


Vereador Cleber Rabelo (PSTU)
operário e socialista

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Operários de Belo Monte realizam ato em frente a Câmara Municipal de Belém


Em greve desde de o ultimo dia 5 de Abril,  cerca de 90 trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu,  que estão em Belém desde o ultimo sábado (13), após quase 24 horas de viagem de ônibus. 
Participaram hoje pela manhã de um ato na Câmara Municipal de Belém onde receberam apoio dos vereador de Belém.
O vereador Cleber Rabelo do PSTU fez um pronunciamento em favor dos operários denunciando crimes de espancamento, abuso de autoridade e violação dos direitos humanos.
O vereador também encaminhou ao plenário da câmara um manifesto de apoio que foi assinado polos vereadores de Belém relatando as denuncias dos crimes cometidos pela Força Nacional. 
Após o ato na câmara os operários seguiram em marcha até o Ministério Público do Trabalho para tentativa de um audiência com o órgão.
Hoje pela tarde uma comissão de advogados da OAB Pará receberá os operário na  sede da OAB onde ocorrerá uma coletiva imprensa para apurar as denuncias.

Confira a fala do vereador Cleber e o manifesto aprovado pela Câmara






domingo, 14 de abril de 2013

Câmara Municipal discute dos desafios da educação infantil no município.


     No ultimo dia 12/04 (sexta-feira) ocorreu na Câmara Municipal de Belém uma sessão especial, proposta pelo Vereador Cleber Rabelo (PSTU) para tratar dos desafios da Educação Infantil no município de Belém.
     O vereador Cleber Rabelo, presidiu a sessão, que contou com a presença da Sr.ª Kely Salomão Diretora Geral da SEMEC; Gisele Freitas – representando o Mov. Mulheres em Luta; Ana Tancredi – Diretora do ICED/UFPA; Celi Bahia – Faculdade de Educssoação/UFPA; Nely Cecília Barreto  – Secretária de Educação do Município; Maria Célia – Coordenadora de Educação Infantil da SEMEC e a representante do Fórum de Educação Infantil do Pará.
     Na pauta da discussão estava a deficiência que o município de Belém tem no atendimento da educação infantil no município, principalmente no quesito creche. De acordo com os dados apresentados pelo vereador, Cleber, Belém possui somente 35 creches municipais para atender a grande demanda de mães que precisam trabalhar para sustentar a casa. Para conseguir colocar os filhos em segurança enquanto trabalham, mães e pais têm de contar com a sorte de ganhar uma vaga em alguma creche mantida por uma instituição filantrópica como a Igrejas ou centros comunitários, locais que muitas vezes funcionam sem profissionais da educação qualificados para lidar com crianças.
     Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2008 (PNAD), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Brasil, temos quase 84,5% das crianças fora das creches. Na Região Norte, são 91% e em Belém 85,2% das crianças de 0 a três anos não freqüentam creches.
     Para Giselle Freitas do Movimento Mulheres em Luta, o descontentamento e a decepção tomam conta da grande maioria de mulheres da classe trabalhadora. Em sua fala Giselle sinalizou que a discussão feita ainda está distante de ser levada a sério pelos governantes de nossa cidade e do nosso Brasil.
     Ela lembrou que durante a campanha eleitoral, muitos candidatos ofereceram-se para está na linha de frente para construção de creches no município de Belém entretanto, passado as eleições vereadores e prefeito de Belém abandonaram seus programas. “durante as eleições, muitas promessas e depois só enganação. Nossa educação infantil não é levado a sério, nem mesmo é discutida por quem deveria discutir. O reflexo disso é a ausência massiva dos vereadores durante a sessão”  que contou apenas com vereador Cleber Rabelo e com os representantes da sociedade civil.
     Para a professora Drª Ana Tancredi, a educação do município está claramente divida em duas camadas os mais pobres que ficam tentando a sorte todos os dias para conseguir uma matrícula para seis filhos nas creches. Do outro lado encontram-se as famílias com poder aquisitivo bem maior que tem condições de pagar e conseguem colocar seus filhos em escolas particulares.

     Para ela a deficiência também está no tratamento dado aos professores no município e no estado em Belém, a não realização de concursos públicos coloca em evidência a precarização da educação que muitas das vezes fica sobre carregado e não tem condições de atender as demandas da população.
Para o vereador Cleber, os 85,2% das crianças de zero a três anos que não frequentam creches, devido a falta de creches e a falta de compromisso com a população. Ele lembrou que essa é uma das grandes necessidades das mulheres da classe trabalhadora, que as dificultam inclusive permanecer nos empregos, por não terem com quem deixar seus filhos. De acordo com Cleber, o Brasil possui um déficit de 70.000 creches para atender as crianças 0 a 3 anos. E ressaltou que o governo federal havia comprometido se com a construção de 6.427 creches, mas que também não havia cumprido.
     Segundo a secretária de educação do município o órgão ainda não possui os dados evidentes sobre a real situação da educação no município, e utilizam dados de 2008 ela alegou ainda que a culpa desse caos na educação era do governo anterior. Entretanto não apresentou proposta de solução para os problemas.
     De acordo com os encaminhamentos da mesa foi formada uma rede de comunicação entre os participantes do evento com vista realização de pesquisas para implementação de um projeto piloto para reorganização da educação infantil no município. Além disso, foi encaminhada a construção de novas creches com recursos vindos do governo federal.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Greve em Belo Monte revela mais uma vez a face ditatorial do Governo Dilma

Vereador do PSTU em Belém, Cleber Rabelo, vai à Altamira se solidarizar com operários da hidrelétrica


THIAGO CASSIANO, DE BELÉM (PA)


Operários em greve do Sítio Pimental
Três operários foram presos pela PM e mais três estão desaparecidos desde a madrugada desta quarta-feira (10) em Belo Monte. Até o momento não se sabe o paradeiro destes trabalhadores que estavam à frente da greve no Sítio Pimental, principal canteiro da obra da Usina Hidrelétrica. “O que sabemos é que milhares de operários estão tentando sair de lá, cercados pela PM e pela Força Nacional de Segurança. Um verdadeiro absurdo!”, denunciou Atnágoras Lopes, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, que está na região de Altamira (PA) prestando solidariedade aos operários.

A situação, a cada momento, fica vez mais delicada nos canteiros do Sítio Pimental e nos demais canteiros que se encontram parcialmente em greve. Com a paralisação de mais de oito mil trabalhadores e a situação de estado de sítio que foi declarada nestas obras, o vereador de Belém, Cleber Rabelo (PSTU), se encaminhou nesta quarta-feira para o município de Altamira, Oeste do estado do Pará, para apoiar a luta dos trabalhadores de Belo Monte e tentar mediar as negociações entre trabalhadores, CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) e o Governo Federal.

Intransigência
Infelizmente, até agora o CCBM se recusa a receber a comissão de trabalhadores para negociar a pauta de reivindicação. Foram listados mais de 35 itens de reivindicações que foram entregues ao departamento de relações sindicais do CCBM.
As principais são: 40% de adicional por confinamento; “baixada” de 3 meses para todos; desfiliação geral do SINTRAPAV; fim do 5 por 1; equiparação salarial; fim do desvio de função, etc. Os operários que paralisaram as obras, desde o último dia cinco de março, reclamam que muitos ficam sem fazer as refeições devido ao quantitativo enorme de trabalhadores e pela repressão da Força Nacional de Segurança, que em um determinado horário, começa a expulsar os trabalhadores do refeitório para que esses se dirijam aos canteiros e comecem logo a trabalhar.
De acordo com os manifestantes, as horas extras de sábado não estariam sendo pagas. E a “baixada” que era pra ser de três meses, conforme decidiu o TRT na ultima convenção, continua sendo de seis em seis meses. Ou seja, os trabalhadores passam seis meses confinados dentro da obra para poderem ter o direto de passar 10 dias em casa com a família.

Destituição do Sintrapav
Além das reivindicações e das denúncias das péssimas condições de trabalho, os operários estão exigindo a destituição do SINTRAPAV (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará), filiado à Força Sindical, como representante da categoria. A entidade que sempre se opõe à mobilização dos trabalhadores já está desmoralizada junto aos operários.
Quem está apoiando e impulsionando a luta dos operários nas obras da hidrelétrica é o SINTICMA (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Madeireiras e da Construção Civil Leve de Altamira) e a Central Sindical e Popular - Conlutas.
Segundo a advogada da CSP-Conlutas, Anacely Rodrigues, a situação em Belo Monte é crítica, os trabalhadores não se sentem representado pelo SINTRAPAV. De acordo com ela, ao serem contratados pelo Consórcio, os trabalhadores são obrigados a se filiarem ao sindicato. Mas o sindicato não encaminha as lutas e reivindicações dos trabalhadores. No ano passado, após a última greve, as reivindicações que foram julgadas e concedidas no TRT, a exemplo da redução da "baixada", o aumento do ticket alimentação e a reposição salarial, não estariam sendo cumpridas pela empresa e o SINTRAPAV nada faz para que as decisões judiciais sejam cumpridas.



Desaparecidos
A situação segue tensa em Belo Monte. Desde a madrugada desta quarta-feira, 10 de abril, três operários estão desaparecidos e outros três foram presos pela Força Nacional de Segurança. Esses operários estavam na linha de frente do movimento. De acordo com denúncias, estes não são os primeiros trabalhadores a sumirem. Outros teriam morrido ou desaparecido, mas não é divulgado.
A CSP-Conlutas já protocolou um ofício no Ministério Público do Trabalho solicitando que intervenha na obra e entre em contato com Consórcio para que seja garantida a retirada dos trabalhadores do canteiro, encurralados pela Força Nacional, trazendo-os para cidade de Altamira. O ofício pede também que o MPT intervenha no sentido de garantir a mesa de negociação.

A volta da ditadura militar e o novo “AI 5” nas obras do PAC
No ultimo dia 12 de Março, o Governo Federal publicou o Decreto nº 7.957/13 que altera o Decreto nº 5.289, de 29 de novembro de 2004, e legaliza a intervenção e a repressão militarizada a todo e qualquer ato de resistência da sociedade civil organizada contra a invasão de seus territórios por obras de infraestrutura.
O Decreto 7.957/13, “de caráter preventivo e repressivo”, institui o “Gabinete Permanente de Gestão Integrada para a Proteção do Meio Ambiente”. Dentre as competências deste Gabinete estão as de “identificar situações e áreas que demandem emprego das Forças Armadas, em garantia da lei e da ordem, e submetê-las ao presidente da República”, e “demandar das Forças Armadas a prestação de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução”.
Na prática, dá autoridade para Força Nacional de Segurança, para o Exército e a Agência de Inteligência reprimir qualquer mobilização, prender e fazer o que for preciso em todas as obras do PAC pra garantir a construção desses grandes projetos. Em outras palavras, é a volta da ditadura militar dentro dos canteiros de obra. Os trabalhadores já até apelidaram de “decreto do novo AI-5”. Os trabalhadores não podem reivindicar nada porque, com o decreto do governo federal, podem ser presos e até desaparecerem.

Vereador Cleber Rabelo verifica situação pessoalmente
Para o vereador do PSTU, Cleber Rabelo a situação é critica e pode fugir ao controle. “A gente queria que o consórcio sentasse pra negociar com os trabalhadores. A situação aqui, foi comprovada por nós, é bem tensa, eu estou contato direto com os trabalhadores que estão dentro do canteiro de obra para montarmos uma de resistência junto com os trabalhadores e ao mesmo tempo controlar os ânimos aqui da moçada que estão bem revoltados com a patronal. Inclusive no canteiro de do Sitio Pimental, onde começou a greve, os trabalhadores quando saíram em marcha a Força Nacional colocou o fuzil nas cara deles, exigindo que eles devolvessem os crachás da empresa e assinassem sua carta de demissão” denunciou o parlamentar.
Em entrevista à Rádio Marajoara AM, nessa manhã, o vereador denunciou que não estão sendo respeitados os direitos dos trabalhadores:”Não estão respeitando nada. então é uma verdadeira ditadura, um campo de concentração”. Ainda de acordo com Cleber, o Ministério Público Estadual foi notificado para entrarem em contato com a empresa, disponibilizar ônibus pra tirar os trabalhadores de lá e levar pra cidade. O canteiro de obra fica no meio do mato, cerca de 55 km de distância da cidade, e eles não tem muita comunicação com o pessoal de fora. Semelhante a um presídio.
Em Altamira, não tem Promotor Público do Trabalho, a promotoria do trabalho fica situada na comarca de Santarém e por isso precisa ir uma comissão de Santarém para poder tomar conhecimento da situação , o que demora ainda mais o processo.“Nós conversamos com o promotor da justiça estadual daqui de Altamira e ele se comprometeu em fazer uma intermediação com o consórcio e notificar a promotoria do trabalho”, informou o vereador do PSTU.
Ele relatou ainda que ainda não possível conversar com a gerência do CCBM, entretanto, conseguiu ter acesso ao representante do Governo Federal, da presidente Dilma, que é responsável por essa obra, Avelino Ganzer, ”Nós propomos pra ele pra que recebesse uma comissão de oito trabalhadores e mais os representantes do consórcio, mas ele disse que apenas receberia um representante legal SINTRAPAV. A questão é que quem sabe das demandas da categoria são os trabalhadores, o sindicato nem sequer entra nas obras por que a categoria não os reconhece e temem ser linchados por conta de estarem lutando a serviço da empresa e não dos operários” , concluiu Cleber.



quinta-feira, 4 de abril de 2013

Julgamento de assassinos de casal de extrativistas é iniciado no Pará


Em defesa dos trabalhadores rurais, contra as mortes no campo!
Hoje iniciou o julgamento dos acusados de matar o casal de extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, que foram brutalmente assassinados em maio de 2011, no interior do Projeto de Assentamento Praia Alta Piranheira, município de Nova Ipixuna, sudeste do Pará. O crime foi mais um retrato da triste realidade dos conflitos de terra no Estado. Os dois extrativistas eram lideranças, integrantes do Conselho Nacional de Populações Extrativistas, ONG fundada por Chico Mendes e lutavam pela preservação ambiental na Amazônia.
As motivações do crime estão diretamente relacionadas à luta dos ativistas contra o latifúndio e o agronegócio na região. Há muito tempo eles já vinham sendo ameaçados de morte, denunciaram o fato à polícia que nada fez. Duas semanas antes do crime, eles encaminharam ao Ministério Público uma denúncia de crime ambiental contra três madeireiras, o que gerou mais indignação dos poderosos na região.
Estão sendo acusados de participação no crime José Rodrigues Moreira, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento, os três réus do julgamento. Porém, indícios da investigação apontam que outros dois homens, proprietários de terra no assentamento, também são mandantes do crime.
O julgamento deve durar dois dias, com muita expectativa de todos os movimentos sociais em nível nacional.

Os números da violência
De acordo com a CPT (Comissão Pastoral da Terra), nas últimas quatro décadas mais de 800 pessoas perderam a vida em crimes cometidos no ambiente rural. De todos esses casos, apenas 18 foram a julgamento. Oito pessoas foram condenadas, e somente uma cumpre pena, o mandante da morte de Dorothy Stang que foi assassinada em 2005, crime que teve repercussão internacional.
Infelizmente, nem todos os crimes ganham os holofotes da mídia. Todos os dias trabalhadores são ameaçados e a justiça e a polícia fecham os olhos para isso. De acordo com um levantamento do Governo Federal de 2011, quase 98% dos casos de assassinatos no campo do Pará ocorridos nos últimos dez anos ficaram impunes. Dois em cada dez casos nem foram investigados.
Em 2011, além do casal, foram assassinados mais 10 trabalhadores rurais no Estado. E mais 78 foram ameaçados de morte. O Pará é um dos líderes nacionais de violência no campo, cerca de 40% dos assassinatos no país frutos de conflitos rurais ocorrem aqui.

Por quê o Pará é palco de tantos conflitos de terra?
O Estado do Pará possui um dos menores IDH do país, tem cerca de 2 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza e a concentração de riquezas se manifesta também na concentração de terras no interior do Estado.  Empresários e fazendeiros são proprietários de milhões de hectares, usados principalmente para o agronegócio. A morte de Maria e José Cláudio inclusive coincidiu com a data em que era votado na Câmara Federal o novo Código Florestal, flexibilizando as leis ambientais, em favor do agronegócio, o que abre mais ainda o caminho para o setor na região.
A tão sonhada reforma agrária não virou realidade nos 10 anos do governo do PT a frente do país e a sua ausência continua sendo o principal motivo para as mortes no campo. Pois o avanço do capitalismo não é compatível com a continuidade de reservas indígenas, de comunidades quilombolas, ribeirinhas e extrativistas. Em nome do “desenvolvimento” e “progresso” dezenas de comunidades são varridas para dar lugar à extração mineral, à hidrelétrica de Belo Monte e à plantação de soja. E o governo que prometia mudar esta realidade só fez aprofundá-la.
À frente do governo do Estado entre 2006 e 2010 o PT também não representou nenhuma mudança em relação ao PSDB, que agora voltou a governar o Estado, o mesmo PSDB do massacre de Carajás.
Esperamos que este julgamento não seja mais um capítulo da novela da impunidade no Estado e que diante de todas as provas já apuradas, os assassinos e mandantes sejam verdadeiramente punidos. E, além disso, que o Governo do Estado e Governo Federal possam agir em defesa dos trabalhadores ameaçados, garantindo proteção, além de avançar na reforma agrária paralisada no país.


Cleber Rabelo
Vereador operário e socialista
PSTU Pará

terça-feira, 2 de abril de 2013

Cleber Rabelo participa de ato pela valorização de ACS e ACE

Na manhã desta terça-feira (02), o vereador Cleber Rabelo participou do ato dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Controle de Endemias (ACE) realizado em frente à Prefeitura de Belém. Organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública no Pará (Sintesp), a manifestação foi marcada no dia 27/03, em assembleia geral da categoria, devido à falta de diálogo da Administração Municipal que, segundo a direção do Sindicato, não respondia aos inúmeros ofícios protocolados (tanto na PMB, como na SESMA) desde fevereiro deste ano.
Dentre as principais pautas de reivindicação da categoria estão: Mesa permanente de negociação; Efetivação de ACS e ACE; Plano de Cargos e Salários (PCCS); Regime de eleições para os cargos de coordenação dos ACE nos respectivos distritos; Repasse dos valores enviados pelo Ministério da Saúde para os ACS (segundo a direção do Sindicato o salário que cada trabalhador recebe é R$730,00, entretanto o dinheiro repassado pelo Ministério seria R$950,00); além de direitos trabalhistas, como: insalubridade de 20%, vale transporte e equipamentos de proteção individual (botas, chapéu, óculos escuros, protetor solar...), entre outros. 
A realidade dos ACS e ACE
A realidade desses trabalhadores é bastante difícil, pois eles executam suas funções tarefas em condições insalubres (trabalham 8 horas por dia, totalizando 40 horas semanais debaixo de sol e chuva), sendo expostos a riscos ocupacionais. Sabendo disso, Cleber Rabelo se solidarizou à luta desses trabalhadores e colocou seu mandato a disposição da categoria.“Nós, trabalhadores sabemos que a saúde está doente em Belém, completamente sucateada... E uma prova disso é que os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde prestam serviços terceirizados e não recebem periculosidade. Isso não pode continuar assim!”, disse.
A realidade das mulheres também é dura. Se não, pior. Para a Agente de Combate de Endemias, Raqueline Dias, além da carga horária excedente e da má remuneração, o assédio às mulheres da categoria é constante. “Acho que 90% das agentes já foram assediadas enquanto estavam exercendo sua função. E não existe nenhuma política que evite isso (...) Para nos protegermos, fazemos escalas e tentamos trabalhar em grupo, mas ainda assim é difícil”, afirma a trabalhadora.

Encaminhamentos
Pressionado pela forte mobilização, que levou aproximadamente 300 ACS e ACE às ruas, o prefeito de Belém foi obrigado a dar respostas. Entretanto, ao invés de receber os trabalhadores para discutir suas pautas no exato momento, preferiu agendar uma audiência para a próxima quinta-feira (04/04), às17h, alegando ter “compromissos marcados para hoje”. Apesar da distância a ser percorrida por vários trabalhadores que vieram do Tapanã, Outeiro e Mosqueiro, por exemplo, o prefeito autorizou a liberação do ponto dos trabalhadores apenas até às 11h e só após muita pressão dos parlamentares Cleber Rabelo (PSTU) e Fernando Carneiro (PSOL). “O que eu acho que vocês tem que fazer é organizar a categoria e montar a comissão para comparecer à audiência do dia 04/04, trazer a pauta de reivindicações e esperar a resposta do prefeito. Se a resposta não for diferente das outras, camaradas, temos que mobilizar para uma próxima paralisação. E, se possível, mais forte do que essa de hoje!”, afirmou Rabelo.