Mais
de 90 operários compareceram ao Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil
de Belém para participar da 2ª Plenária do Mandato do vereador Cleber Rabelo
(PSTU), na noite de ontem (09/05). A plenária teve pouco mais de duas horas de
duração e terminou com os trabalhadores votando quais os projetos de lei
específicos para a categoria serão defendidos pelo vereador na Câmara Municipal
de Belém.
Assim
como na primeira plenária, Cleber ressaltou a importância de se ter um mandato
“operário socialista” e afirmou que este é um momento histórico vivido pelos
trabalhadores de Belém, que contam com mais um reforço para suas lutas. “Todos
os anos, nas nossas campanhas salariais, nós nos reunimos para discutir a
miséria: o salário que é pouco, a quinzena que não foi paga, a cesta básica que
não vem... mas hoje nós temos um mandato coletivo e estamos abrindo nossos
horizontes para discutir politicamente o que queremos para a nossa categoria”,
disse.
A situação dos trabalhadores
Se é
verdade que o setor da construção civil é um dos que mais crescem em Belém,
também é verdade que esse crescimento não se reverte em melhorias para os
trabalhadores. Isso porque, segundo o vereador, a política econômica e as
políticas sociais dos governos vigentes (PT de Dilma em nível nacional; PSDB de
Jatene em nível estadual e de Zenaldo em nível municipal) seguem defendendo os
interesses dos banqueiros, latifundiários e grandes empresários. “Prova disso é
que quase 50% do Orçamento Geral da União foram destinados para o pagamento dos
juros e a amortizações da dívida pública só em 2012. Enquanto isso, apenas
0,01% desse orçamento foi destinado à questão da habitação, um dos problemas
mais sentidos pelos operários da construção civil”, afirmou.
Para
o vereador isso acontece, pois vivemos em uma sociedade extremamente desigual
em que, até mesmo, as instituições do regime estão organizadas para defender os
ricos e manter a exploração dos trabalhadores. Segundo Cleber, somente quando
os trabalhadores governarem é que outra sociedade justa, fraterna e igualitária
poderá ser constituída. “Nós, do PSTU, não confiamos no Parlamento, na Justiça,
nas Câmaras Municipais... mas já que, com a força dos trabalhadores,
conseguimos eleger um peão de obra para a câmara de vereadores de Belém, vamos
até o fim para defender o interesse da nossa classe. E é por isso que chamamos
vocês para que se sintam parte de um mandato que é de vocês”.
Para
o pedreiro Carlos Augusto de Souza, 43, é fundamental que os trabalhadores
acompanhem e apoiem a luta do vereador na Câmara, já que sozinho dificilmente
alguém muda alguma coisa. “Precisamos lutar bastante porque nossa realidade é
dura: até sustentar nossa família é difícil! Nós que damos lucro aos patrões,
somos obrigados a fazer hora extra, a colocar em risco nossas vidas... se a
gente não lutar, como vamos sair desta situação? Sem luta não há vitória”.
Projetos em vista
Entre alguns dos projetos
discutidos e votados pelos trabalhadores estão:
- Projeto que altera a lei de edificações do município (Lei nº 7400/1988)
no sentido de permitir o embargo as obras das empresas de construção civil de
Belém que não cumprirem o acordo coletivo de trabalho vigente e as Normas
Regulamentadoras de Saúde e Segurança no trabalho do MTE (Ministério do
Trabalho e Emprego).
- Projeto de lei que obriga
as Empresas de Construção Civil, em funcionamento no município de Belém, a
manter, no canteiro de obras, a partir de 300 (trezentos) empregados, uma
ambulância com 02 (dois) profissionais de saúde (Médico e Paramédico) à disposição
dos trabalhadores;
-Projeto de lei que obriga as
empresas contratadas pela Prefeitura Municipal de Belém a destinar 10% (dez por
cento) das vagas a serem preenchidas nos projetos habitacionais de
responsabilidade do município a trabalhadoras da construção civil;
- A Prefeitura Municipal de Belém
fica obrigada a destinar 20% (vinte por cento) dos imóveis que construir, em
projetos habitacionais no município, a operários da construção civil que
trabalharem nas respectivas obras;
- Realização de uma campanha nacional pela aprovação do PL
228/2011 no senado que estabelece a aposentadoria especial para trabalhadores
da construção civil (25 anos).
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