terça-feira, 11 de junho de 2013

Depois de mais de 20 anos, servidores ainda lutam por valorização profissional

O vereador Cleber Rabelo (PSTU) participou, na tarde do dia 10/06, de sessão especial para discutir as perdas salariais dos servidores públicos do município de Belém, que a atual prefeitura se recusa a pagar. A sessão, proposta pelos vereadores Cleber Rabelo (PSTU) e Fernando Carneiro (PSOL) e pela vereadora Marinor Brito (PSOL), reuniu diversas categorias do movimento sindical, como o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), a Associação dos Servidores da Fundação Cultural do Município de Belém (Asfumbel), Associação dos Funcionários da Funpapa (Asfunpapa), entre outras. Como encaminhamento, os servidores já articulam uma Plenária Unificada para pressionar e exigir respostas concretas da prefeitura.


Recentemente, o juiz da 1ª Vara da Fazenda da Capital, Elder Lisboa, determinou o pagamento referente à recomposição salarial acumulada em 20,84%, desde 1992, aos servidores ativos, inativos e pensionistas do município e aos servidores da Câmara Municipal de Belém (CMB). O não cumprimento acarretaria multa diária de R$10 mil, a ser aplicada ao prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho; ao presidente da CMB, vereador Paulo Queiroz (PSDB); e ao presidente do Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb), Erick Pedreira. Ainda assim, a decisão não é executada e o desrespeito com os servidores públicos do município continua. Mesmo sendo convidado, Zenaldo não compareceu, nem enviou representação da prefeitura à sessão. Da mesma forma, nem um dos 25 vereadores que compõem a base de sustentação do governo estavam presentes. 
Para Cleber, esta situação, além de desmoralizar a justiça serve para contestar seu papel na sociedade capitalista. “Esse completo desrespeito é típico de uma sociedade onde quem rouba galinha vai preso, e quem rouba ou desvia milhões dos cofres públicos continua solto, vide os condenados do Mensalão. Em uma sociedade onde os ricos e poderosos governam, a justiça não consegue prosperar”, disse o vereador, que também lembrou de que quando os trabalhadores fazem greve, liminares são expedidas e multas altíssimas são aplicadas, fazendo com quem as contas dos sindicatos fiquem bloqueadas, “em uma clara tentativa de frear a luta dos trabalhadores”.   
O vereador também denunciou os limites da atuação parlamentar e reafirmou a necessidade da organização dos trabalhadores para a ação direta, colocando seu mandato à disposição das lutas: “Nós podemos fazer algumas coisas por aqui, como por exemplo, propor uma emenda no plano plurianual -  que orienta e detalha investimentos - que está sendo discutido, para que garanta o pagamento das perdas, mas ainda assim, é muito difícil que sejamos vitoriosos por esse meio”.
A representante da Asfunpapa, Josi Quemel, concorda com o vereador. Segundo ela, a  justificativa de todos os governos para o não pagamento das perdas salariais sempre foi o mesmo: a falta de dinheiro e o rombo que causaria nos cofres públicos do município, o que para ela é contraditório. “Ao mesmo tempo em que não tinham dinheiro para pagar o que nos deviam, essa mesma casa (CMB) aprovava o perdão de uma dívida de R$ 80 milhões dos empresários do transporte. Por isso, se nós não pressionarmos essa casa e o prefeito, podemos mandar quantas emendas forem... nós vamos ficar mais 20 anos esperando. E nós não estamos dispostos a isso!”, afirmou.
Encaminhamentos
- Apresentar emenda no PPA para prever, no orçamento, o pagamento das perdas;
- Realizar Plenária Unificada das categorias do serviço público municipal;

- Marcar audiência com o MPE e TJE para cobrar execução da decisão;

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