Crédito foto: Divulgação ORM |
O Dia Nacional de Luta realizado hoje (27/06) em Belém, reuniu
cerca de dois mil operários da construção civil que atenderam ao chamado do sindicato
da categoria e da central sindical CSP-Conlutas: paralisaram as obras da cidade
e fizeram uma enorme passeata em direção à Prefeitura Municipal de Belém (PMB).
Os trabalhadores protocolaram uma pauta com diversas reivindicações cobrando,
de Zenaldo Coutinho (PSDB), melhorias na saúde, educação, moradia e transporte.
Logo no começo da manhã, diversos ônibus foram espalhados pela
cidade para levar os trabalhadores dos canteiros de obra até a sede do
sindicato da categoria. Às 7h, os operários já produziam seus cartazes e
ensaiavam palavras de ordem. Diferente de outras vezes, os trabalhadores não
cobravam melhores salários, mas melhores condições de vida. A maioria denunciava
o governo federal (Dilma/PT) e o governo estadual (Jatene/PSDB), mas também
exigia do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), a construção de casas populares destinadas aos operários e
operárias, redução da tarifa de ônibus e congelamento do preço por 3 anos, fim
do vale digital e a volta do vale transporte em papel.
Além da presença
dos diretores do sindicato, também participaram da manifestação militantes do
PSTU e o vereador de Belém, Cleber Rabelo, operário da construção civil, eleito
pela categoria no ano passado. Ao contrário do que aconteceu em atos anteriores,
os militantes e as bandeiras do partido foram bem recebidos. Em diversos
momentos, os operários até se dispuseram a carregá-las e balançá-las. Para
Cleber, isso é muito natural. “A categoria reconhece os partidos que
sempre estiveram lado a lado com os trabalhadores nas lutas e os partidos que
estão do lado oposto, sugando o bolso dos trabalhadores e aumentando seus
cofres. O PSTU sempre esteve nas ruas, nas lutas e é daí que os operários nos
conhecem. É por isso que eles têm orgulho de segurar e abraçar nossas
bandeiras”, disse.
Ao final do ato,
formou-se uma plenária em frente à prefeitura e uma comissão de trabalhadores
foi eleita para entregar a pauta de reivindicações ao prefeito. A comissão,
formada por onze trabalhadores (entre diretores do sindicato, operárias e o
vereador Cleber Rabelo), foi recebida pelo diretor geral, Germano Noronha, e
pela chefe de gabinete da prefeitura, Lucilene Pinho. Os representantes do
prefeito informaram que o mesmo estava em uma reunião com o Governador do Estado,
mas se comprometeram em avaliar a pauta e encaminhá-la a ele. A proposta é que
a partir disso, seja realizada uma audiência com a comissão para que as
reivindicações possam ser discutidas.
Para Cleber o
momento em que se encontra o país é único e os trabalhadores devem saber aproveitá-lo
para garantir melhorias nas suas condições de vida. Se a juventude brasileira
conquistou vitórias importantes a partir do processo de mobilização que tomou
as ruas do país nas últimas semanas, é preciso e possível avançar mais. “Hoje em
diversas cidades do Brasil, os trabalhadores paralisaram obras, fábricas e a
produção e foram às ruas colocar em xeque os responsáveis pelas mazelas do
povo. O grito que ouvimos hoje nas avenidas de todo o Brasil foi o grito das
pessoas que constroem e produzem a riqueza desse país e que não podem usufruir
dela. Isso pode e deve mudar. E o ato de hoje mostrou a força da classe
trabalhadora (...) ”, disse.
Nossas reivindicações:
- Reserva de 20% das casas que vão ser construídas pela
prefeitura no programa “VIVER BELÉM - MINHA CASA, MINHA VIDA” para serem
sorteadas entre os operários (as) da construção civil que moram em locais
alugados, áreas de risco, ocupações precárias, ou junto com os familiares, com
prioridade para as mulheres que são chefes de família;
- Redução da tarifa do transporte coletivo de R$2,20 para
R$2,00, congelamento por três anos e passe-livre para estudantes e
desempregados;
- Fim do vale digital e a volta do vale-transporte em papel;
- Investimentos imediatos na área da saúde, como: compra de
equipamentos e medicamentos para estruturação dos prontos socorros e unidades
básicas de saúde, sem implementação de estão privada através de OS;
- Aplicação de 25% do orçamento do município em educação
pública municipal, com reformas e ampliação das escolas, e construção de
creches nos bairros periféricos de Belém.
Veja as fotos do ato clique aqui
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