terça-feira, 25 de junho de 2013

Polícia Militar quebra acordo e manifestação em Belém termina em guerra campal


As cenas após a passeata que reuniu cerca de 5 mil manifestantes pelas ruas de Belém ficaram mais uma vez marcadas pela forte repressão policial e uso excessivo da força nas mobilizações que varrem o país. O protesto que iniciou de forma tranquila e organizada seguiu a Av.  Nazaré, dobrou na Av. Pres. Vargas e seguiu pela Castilho França até a Prefeitura de Belém.

Na porta da Prefeitura uma comissão entregou ao chefe de gabinete do Prefeito um documento com as pautas e reivindicações do movimento, solicitando audiência pública para discussão dos problemas da cidade.

Infiltrados participam dos atos para incitar e delatar manifestantes.


Foto: Divulgação
Câmeras da polícia
A equipe de comunicação do Jornal Opinião Socialista que estava cobrindo a manifestação identificou diversos “P2” (policiais à paisana) infiltrados na manifestação com celulares enviando informações ao comando de policiamento. Teve um, inclusive que agarrou um manifestante pelo pescoço e o entregou à polícia alegando que o mesmo encontrava-se com um suposto coquetel molotov feito com garrafa de água mineral. Tumultuadores infiltrados também no meios das pessoas, incentiva claramente o confronto com policiais para desmoralizar o movimento.

Um forte esquema de espionagem e monitorização do trajeto do ato também foi montado segundo os órgãos oficiais do governo, câmeras filmam o trajeto do ato e qualquer pessoa “suspeita” é rapidamente abordada e revistada.

No apagar das luzes a polícia entra em cena para atacar os manifestantes.


Após a entrega do documento, quando a mídia e os manifestantes estavam indo embora o Batalhão de Choque da PM e a cavalaria protocolaram cenas de horror pelo bairro. As 5 pessoas que foram presas arbitrariamente - entre elas um professor acusados de jogar depredação ao patrimônio. O clima esquentou, mas ficou acordado entre manifestantes e a polícia que todos eles iriam pra delegacia próxima a prefeitura, junto com os presos. 

Em seguida, apareceram alguns representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Defensores Públicos para tentar negociar com o Movimento e a Polícia Militar. Após diversas propostas, ficou definido que o micro-ônibus sairia em direção à DIOE da Cidade Velha, porém acompanhado de manifestantes ao redor.

Mesmo sem atos de “vandalismo”, a Ronda Tática Metropolitana - ROTAM aplicou o primeiro golpe no acordo. Assim que as pessoas liberaram a saída do micro-ônibus, o veículo saiu em velocidade contornando a Praça Felipe Patroni.

Algumas pessoas conseguiram cortar caminho e voltaram a se colocar em frente ao micro-ônibus, a fim de garantir o acompanhamento do Movimento no trajeto.

De forma incisiva, policiais da ROTAM começaram a intimidar militantes utilizando gás de pimenta, taser (arma de choque) e cachorros treinados, como eles, para atacar com violência.
Aos gritos, xingamentos e apontado escopetas para todo mundo (um até foi empurrado com cano da arma), a tropa de choque conseguiu dispersar as pessoas, agarrando muitas pelo pescoço, e abrir caminho para o micro-ônibus, que seguiu pela Rua Ângelo Custódio.

“Era apenas o início da operação de truculência e repressão gratuita organizada pela ROTAM. Ao tentar contornar o cordão de isolamento formado na Avenida 16 de novembro seguimos pela Travessa São Francisco para chegar até a DIOE e prestar apoio aos colegas que foram presos. Porém, a ROTAM também já havia cercado os arredores da Avenida Tamandaré para “conter” o final da manifestação. Com o trânsito bloqueado e a imprensa bem longe, o caminho ficou limpo para ação do braço armado do Estado. A ROTAM tocou o terror. Ao som de bombas de efeito moral, a multidão corria desesperada para fugir do Batalhão de policiais que cantavam pneus na rua, desciam no meio-fio e disparavam balas de borracha à queima-roupa em manifestantes na calçada. Repressão covarde, injusta e injustificável” – relata através de sua página do Facebook, estudante que participava do protesto.

Repressão generalizada e criminalização principalmente de negros


Na rua São Francisco a tropa de choque e a cavalaria encurralou no supermercado, e prendeu arbitrariamente dentro do supermercado, 5 ou 6 pessoas, a maioria negras, Entrou uma tropa inteira aterrorizando quem havia se refugiado no mercado.

“Mesmo após o fim do ato, eles estão cercando, prendendo e atirando contra pessoas que andam na rua ou estão nas paradas. As pessoas (militantes e nao militantes) que estão nos arredores do Shopping Iguatemi (Patio Belém) estão vivendo cenas de medo e repressão.” – relatou um dos jornalistas que participava do ato.

De acordo com as informações apuradas os manifestantes presos teriam sido encaminhados ao DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado) e estariam sendo indiciados por roubou, depredação ao patrimônio público e formação de quadrilha. Até o fechamento dessa matéria não houve notícias se eles já haviam sido liberados.

Jatene e Zenaldo, exigimos o fim da repressão e a negociação com o movimento!

Redução e congelamento das tarifas de transporte!
Passe-livre para estudantes e desempregados!
Fim da repressão e criminalização dos movimentos sociais!
Apuração imediata de abusos de poder por parte da PM!
Atendimento a todas às vítimas da repressão durantes os protestos!

Apuração imediata da morte de gari Cleonice Viera! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário