“Entra aqui, tio. Minha casa tá quase caindo!”, disse
o pequeno Flávio, de 7 anos, enquanto corria para pegar a chave das mãos de seu
pai e abrir a porta de sua residência. Flávio é morador da comunidade Taboquinha,
em Icoaraci. A comunidade, que também é conhecida como Cubatão, recebeu a
visita do vereador Cleber Rabelo (PSTU) no último final de semana e revelou a situação
calamitosa em que vivem cerca de 150 famílias. Assim como Flávio, essas
famílias são obrigadas a conviver com a falta de saneamento, o acúmulo de lixo
e o abandono das obras de habitação do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC).
Em frente à sua casa, Flávio, 7, nos convida a entrar
O problema não é recente e, há quase cinco anos,
os moradores esperam a conclusão das obras do PAC que tem como meta a
construção de 850 unidades habitacionais para as famílias moradoras da
ocupação. Com previsão de entrega para julho de 2013, apenas 40% das
residências foram entregues. Não bastasse a lentidão na entrega, os moradores
também questionam o processo de cadastro e remanejamento das famílias que mais
precisam, como é o caso de dona Maria dos Santos. Dona Maria é chefe de
família, mora na comunidade há quase 30 anos e não tem previsão de sair do
local. “Eu já perdi a conta de quantas vezes vieram pegar meu nome (...) E
também não sei como funciona essa questão de prioridade porque até quem não
morava aqui antes já tem casa e eu... nada!”, afirmou.
Dona Maria conversa com o vereador Cleber Rabelo sobre as dificuldades que enfrenta
Fruto do contrato entre a
Caixa Econômica Federal e o governo do Estado, através da Companhia de
Habitação do Estado (Cohab), o projeto prevê infra-estrutura completa de saneamento,
pavimentação de ruas, construção de praças e área de preservação, com espaço de
convivência, anfiteatro, coreto e quiosques, para venda de comida e artesanato.
Por enquanto, contudo, a realidade é outra. As madeiras apodrecem com as cheias
das chuvas e fazem com que as casas tenham que ser, literalmente, remendadas pelos
próprios moradores correndo risco de caírem. Além disso, devido ao excessivo
acúmulo de lixo, crianças e trabalhadores estão constantemente expostos a
doenças, como a leptospirose. Até mesmo a Estação de Tratamento de Esgosto
(ETE) do local está abandonada, com diversas peças quebradas e lixo acumulado.
O abandono é tão grande que os moradores relatam até casos de estupro ocorridos
dentro da área.
"A Estação de Tratamento de Esgoto está abandonada há tempos", relata moradora
O vereador Cleber Rabelo
(PSTU) já protocolou um ofício ao Procurador Geral do Ministério Público do
Pará pedindo para que o órgão se manifeste em favor dos moradores da comunidade
sobre as denúncias encaminhadas à COHAB. Junto ao ofício também foi encaminhado
um relatório fotográfico para reiterar a situação calamitosa em que as famílias
vivem atualmente. As denúncias feitas compreendem o
atraso da entrega nas unidades habitacionais, irregularidades na atuação do
COFIS (Conselho de Fiscalização), falta de transparência na gestão do
empreendimento e no critério de alocação das unidades habitacionais.
Cleber ainda solicitará uma
audiência com a presidente da COHAB, Noêmia Jacob, para discutir as
irregularidades e atrasos na entrega.
“A visita à Taboquinha só nos leva a uma conclusão: a parceria Jatene/ Zenaldo (ambos do PSDB), em relação aos três “S” (saúde, saneamento e segurança pública) está tão atrasada quanto as obras na comunidade. E nós não podemos fechar os olhos para isso”, disse.
“A visita à Taboquinha só nos leva a uma conclusão: a parceria Jatene/ Zenaldo (ambos do PSDB), em relação aos três “S” (saúde, saneamento e segurança pública) está tão atrasada quanto as obras na comunidade. E nós não podemos fechar os olhos para isso”, disse.
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