segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Após pressão, TRT se compromete a convocar patronal para negociar com os trabalhadores da construção civil em greve

Os trabalhadores e trabalhadoras da Construção Civil de Belém, Ananindeua e Marituba, em greve há oito dias, conseguiram uma importante vitória na manhã desta segunda-feira, 09/09. Reunidos em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT – 8ª Região), após passeata pela cidade, a categoria conseguiu com que a presidência convocasse o sindicato patronal para uma rodada de negociação. O TRT sinalizou uma reunião para esta terça feira, 10/09. Além disso, a presidência do tribunal garantiu à diretoria do sindicato dos trabalhadores o direito de amanhecer nos canteiros de obra, fazendo piquete. Os piquetes estavam proibidos desde a última sexta-feira (6), quando este mesmo tribunal expediu 12 interditos proibitórios, favorável à patronal, sob pena de multa diária de R$ 10 mil por cada violação.
Desde as 9h, diversos trabalhadores já se concentravam em frente ao TRT, na Praça Brasil. Depois de atos em frente ao Sinduscon e Câmara Municipal, a pressão política de hoje foi feita para que a justiça interviesse no conflito e que revogasse as liminares expedidas em favor da patronal. “O que nós queremos é que o TRT cumpra seu dever e atue como o tribunal do trabalho, e não dos empresários! Não é possível que, além dos patrões nos negarem direito à comida, ainda tentam nos tirar o direito de lutar, nos multando em R$50, R$100 mil!”, afirmou Atnágoras Lopes, da CSP-Conlutas.
Na prática, as liminares proibiam que protestos fossem realizados a um raio inferior a 50 metros nos canteiros de obra. Para o vereador de Belém, Cleber Rabelo (PSTU), essa proibição coloca em xeque o direito à greve, garantido pela própria Constituição. “Que direito à greve é esse que proíbe os diretores do sindicato de chegarem perto dos canteiros de obra? E que justiça é essa que só pende para um lado? Os empresários desrespeitam a convenção coletiva, muitas vezes não pagam a quinzena e nada acontece. Mas quando estamos em campanha salarial, as empresas, além de não darem aumento digno, ainda tentam arrancar o dinheiro dos trabalhadores para tentar nos calar”, disse.
Após quase três horas de espera, uma comissão formada por diretores e trabalhadores de base dos sindicatos de Belém, Ananindeua e Marituba, além do vereador Cleber Rabelo (PSTU), foi recebida pela Desembargadora Presidente, Odete de Almeida Alves. Em reunião, a desembargadora se comprometeu a convocar o sindicato patronal para uma nova tentativa de negociação. “De certa forma, o dia de hoje representou uma vitória na nossa luta e nos dá forças para engrossar nosso pelotão! Amanhã, estaremos mais uma vez em frente ao Tribunal, exigindo dos patrões nossos direitos: aumento digno, cesta básica, classificação e qualificação para as mulheres operárias!”, afirmou Rabelo.

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