Após
dois dias fazendo manifestações em frente ao Sindicato Patronal (SINDUSCON) e
sem obter respostas satisfatórias, os trabalhadores da construção civil de
Belém, Ananindeua e Marituba mudaram o alvo, na manhã desta quarta-feira. Em
seu terceiro dia de greve, os operários se dirigiram à Câmara Municipal de
Belém e cobraram dos vereadores intermediação do conflito existente entre a
categoria e os empresários do setor. Na ocasião, o vereador
Cleber Rabelo (PSTU) deu entrada em dois requerimentos que exigiam posicionamento da casa em favor da greve dos
trabalhadores e convocavam uma reunião de negociação entre os sindicatos e que serão encaminhados a SINDUSCON. O presidente da casa, vereador Paulo Queiroz (PSDB) se comprometeu a participar de uma reunião com os operários que está prevista para amanhã (05/09), às 10h,
na CMB.
De acordo com Ailson Cunha,
diretor do sindicato dos trabalhadores, a ideia de ir à Câmara Municipal
ocorreu devido à postura intransigente da patronal, que não se dispõe a
negociar. Para ele, “se a Câmara é a ‘Casa do Povo’, é sua obrigação se
posicionar a favor dos trabalhadores e entender as pautas de reivindicações
como justas e legítimas”. O diretor também afirmou que a greve segue forte, com
cada vez mais canteiros de obras paralisados e que amanhã os trabalhadores
voltarão à CMB, ainda mais dispostos a resolver o impasse. “Não somos nós que
não queremos negociar. Muito pelo contrário! São os empresários que, além de
negarem cesta básica, também se negam a conversar”, disse.
Para Cleber Rabelo, autor dos requerimentos, o
posicionamento da Câmara de Vereadores é um passo importante que faz avançar a
luta dos operários, mas que ainda assim, não é garantia de vitória. “Infelizmente
ainda não sabemos se os empresários comparecerão. Mas a convocação foi feita. E
não só pelo sindicato dos trabalhadores, mas também pela Câmara dos Vereadores.
Basta saber se o Sinduscon desrespeitará a convocação do poder legislativo
deste município. Basta saber se os empresários terão a petulância de ignorar a
CMB!”.
Base aliada de Zenaldo quebra acordo de lideranças e projeto de Cleber
não é votado
Além
dos requerimentos encaminhados, estava previsto para entrar em votação hoje um dos
projetos de lei do vereador Cleber Rabelo que dispõe
sobre
a reserva de 15% das vagas para trabalhadoras da construção civil em projetos
habitacionais da Prefeitura Municipal de Belém. Entretanto, por falta de quórum, a sessão foi suspensa.
A reserva de vagas às mulheres
operárias também é pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano, como
parte importante do combate ao machismo que gera resistência à contratação de
mulheres no ramo.
O
PSTU apoia e constrói a greve lado a lado aos operários e operárias da
construção civil e utiliza seu mandato
pra fortalecer as lutas da categoria. Mais do que aumento salarial, contudo,
nosso mandato também brigará pela ampliação dos
direitos e da proteção aos trabalhadores e trabalhadoras do setor.
“A mobilização dos trabalhadores deve
seguir forte: amanhã para a negociação com a patronal e nos dias seguintes para
pressionarmos os vereadores a votarem o meu projeto. Vamos juntos arrancar
vitórias econômicas e políticas!”.
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