O
primeiro dia da greve dos trabalhadores da construção civil de Belém, Ananindeua
e Marituba reuniu cerca de 6 mil operários e operárias nas principais ruas da
capital paraense. Os trabalhadores pararam
90% dos canteiros de obra em uma tentativa de pressionar os empresários a
atender a pauta de reivindicações da categoria, que exige 18,6% de reajuste
salarial, cesta básica e uma política de classificação para as mulheres
operárias. Mesmo com a forte passeata que se dirigiu ao sindicato patronal, os
empresários não receberam os trabalhadores e a greve continua por tempo
indeterminado.
De
ônibus, motos, bicicletas e até mesmo a pé, os operários foram dos canteiros de
obra espalhados em Belém, Ananindeua e Marituba até à sede do Sindicato dos Trabalhadores
da Construção Civil e de lá até o sindicato patronal. Segundo Ailson Cunha, da
direção do sindicato dos trabalhadores e militante do PSTU, “o primeiro dia de
greve foi uma vitória, mesmo com a tentativa das empresas de desmoralizar a
categoria”. Segundo ele, empresas como a Leal
Moreira, Porte e Quanta Engenharia, dispensaram os trabalhadores, fazendo
com que eles não comparecessem nos canteiros de obra. “Essa foi uma tentativa
clara de esvaziar e desmoralizar nossa greve. Mas, ainda assim, a categoria respondeu
ao chamado do seu sindicato e compareceu em peso”.
Mesmo
com forte mobilização, os operários não foram recebidos pela patronal. Os empresários
trancaram as portas do seu sindicato e não deixaram nem um representante no
local. Em uma rápida assembleia, por volta das 13h, os operários votaram
continuação da greve por tempo indeterminado. Logo depois, uma reunião foi
realizada e os diretores do sindicato junto a 60 trabalhadores prepararam as
ações e os piquetes de amanhã.
Para
o vereador Cleber Rabelo (PSTU), as demandas dos trabalhadores são plenamente
possíveis de serem atendidas, não fosse a arrogância e a intransigência dos
empresários. O vereador também colocou seu mandato à disposição do
fortalecimento da luta dos operários, não apenas do sentido de apoiar, mas de
construir a greve lado a lado dos trabalhadores que constroem toda a cidade.
“Os
lucros milionários dos empresários e as isenções fiscais do governo Dilma (PT)
são mais do que suficientes para garantir à nossa categoria aumento digno,
cesta básica e classificação para as mulheres. Mas os patrões são desumanos e
se valem da fome dos nossos filhos e, muitas vezes, da nossa morte para
continuar enriquecendo. Por isso, nossa luta é justa. E vamos até o fim: honrar
nossas famílias e muitos camaradas que morreram por falta de segurança nos canteiros.
Ou na lei, ou na marra... essa cesta básica vai vir!”, afirmou Rabelo.
Greve e indignação: patrão nega comida ao peão!
Cesta Básica JÁ!
Amanhã vai ser maior!
Nenhum comentário:
Postar um comentário