segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Operários param 90% dos canteiros de obra no primeiro dia de greve da construção civil

O primeiro dia da greve dos trabalhadores da construção civil de Belém, Ananindeua e Marituba reuniu cerca de 6 mil operários e operárias nas principais ruas da capital paraense.  Os trabalhadores pararam 90% dos canteiros de obra em uma tentativa de pressionar os empresários a atender a pauta de reivindicações da categoria, que exige 18,6% de reajuste salarial, cesta básica e uma política de classificação para as mulheres operárias. Mesmo com a forte passeata que se dirigiu ao sindicato patronal, os empresários não receberam os trabalhadores e a greve continua por tempo indeterminado.
De ônibus, motos, bicicletas e até mesmo a pé, os operários foram dos canteiros de obra espalhados em Belém, Ananindeua e Marituba até à sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e de lá até o sindicato patronal. Segundo Ailson Cunha, da direção do sindicato dos trabalhadores e militante do PSTU, “o primeiro dia de greve foi uma vitória, mesmo com a tentativa das empresas de desmoralizar a categoria”. Segundo ele, empresas como a Leal Moreira, Porte e Quanta Engenharia, dispensaram os trabalhadores, fazendo com que eles não comparecessem nos canteiros de obra. “Essa foi uma tentativa clara de esvaziar e desmoralizar nossa greve. Mas, ainda assim, a categoria respondeu ao chamado do seu sindicato e compareceu em peso”.
Mesmo com forte mobilização, os operários não foram recebidos pela patronal. Os empresários trancaram as portas do seu sindicato e não deixaram nem um representante no local. Em uma rápida assembleia, por volta das 13h, os operários votaram continuação da greve por tempo indeterminado. Logo depois, uma reunião foi realizada e os diretores do sindicato junto a 60 trabalhadores prepararam as ações e os piquetes de amanhã.
Para o vereador Cleber Rabelo (PSTU), as demandas dos trabalhadores são plenamente possíveis de serem atendidas, não fosse a arrogância e a intransigência dos empresários. O vereador também colocou seu mandato à disposição do fortalecimento da luta dos operários, não apenas do sentido de apoiar, mas de construir a greve lado a lado dos trabalhadores que constroem toda a cidade.
“Os lucros milionários dos empresários e as isenções fiscais do governo Dilma (PT) são mais do que suficientes para garantir à nossa categoria aumento digno, cesta básica e classificação para as mulheres. Mas os patrões são desumanos e se valem da fome dos nossos filhos e, muitas vezes, da nossa morte para continuar enriquecendo. Por isso, nossa luta é justa. E vamos até o fim: honrar nossas famílias e muitos camaradas que morreram por falta de segurança nos canteiros. Ou na lei, ou na marra... essa cesta básica vai vir!”, afirmou Rabelo.

Greve e indignação: patrão nega comida ao peão!
Cesta Básica JÁ!
Amanhã vai ser maior!

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