Hoje, dia 10 de dezembro, é o Dia
Internacional de Luta contra Belo Monte. Diversos atos, vigílias e
ações estão sendo pensadas pelo movimentos sociais por todo estado do Pará para
fortalecer a luta contra este crime ambiental e social, além de denunciar
outros grandes empreendimentos hidrelétricos na região. Em Belém, o Comitê
Xingu Vivo participará da audiência do Lançamento do dossiê "Direito
Humano à Educação na Amazônia", às 14h, na Assembleia Legislativa
do Estado do Pará. Por volta das 17h, em frente à ALEPA, os ativistas pretendem
iniciar uma concentração para seguir em marcha até a OAB. O ato ocorre em
parceria entre o Movimento Xingu Vivo e a SDDH na intenção de somar forças para
prestar solidariedade aos povos atingidos
por esses empreendimentos. “Vem participar da luta conosco em apoio da amazônia
e seus habitantes”, convocam em evento no Facebook.
Belo Monte é insustentável:
econômica e socialmente
A imprensa nacional e internacional e os movimentos
sociais fizeram inúmeras denúncias das atrocidades que acontecem desde o início
da obra, há dois anos. E o que antes
eram alertas, frutos de estudos cientificamente embasados, converteram-se hoje
na triste realidade que assola a região. O aumento da criminalidade, do tráfico
de drogas e de pessoas, além da exploração sexual são fatos que se agravaram
com uma obra que se mostra insustentável social e economicamente.
Nesses mesmos dois anos, uma grande sequência de
paralisações protagonizadas por índios, trabalhadores e movimentos sociais
denunciaram um regime de trabalho análogo à escravidão, licenciamentos
fraudulentos, oitivas não realizadas e um superfaturamento absurdo no valor
inicial da obra, que ainda pode aumentar (no início a obra foi orçada em R$16
bilhões, mas já supera os R$30 bilhões).
É preciso parar esse ataque à natureza e ao povos
indígenas e ribeirinhos que dependem do rio Xingu. Belo Monte, não está nem na metade de sua
construção, mas já prova que não irá beneficiar os trabalhadores e os povos da
região. Pelo contrário. Não passa de um compromisso eleitoral do governo com as
empreiteiras que financiaram quase metade da campanha de Dilma (PT).
Para um outro modelo
energético é preciso um outro modelo econômico
A industrialização e o desenvolvimento propagandeado
pelos governos, sejam eles do PSDB ou PT, só desenvolvem as mazelas do sistema
capitalista. A exploração desenfreada dos recursos naturais e o desenvolvimento
a qualquer custo não têm limites porque o lucro não pode ter limites. Essa
máxima do capital faz com que, por exemplo, além das usinas no rio
Xingu, estudos para a construção dezenas de outras hidrelétricas, nos rios
Tapajós, Jamanxin, Tocantins, Teles Pires, Araguaia, Madeira já estejam
realizados / em andamento.
Belo Monte é ecológica e socialmente insustentável. O capitalismo
também. E a única saída para a barbárie ambiental e social a que este sistema
nos empurra é a construção de um novo modelo. Um modelo que não esteja pautado
da exploração irracional dos recursos naturais para obtenção de lucro, mas que
seja embasado nas reais necessidades da classe trabalhadora e na racionalização
dos recursos do meio ambiente. O socialismo é única alternativa de salvação dos
trabalhadores, da Amazônia e do mundo.
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