quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Vereador Cleber Rabelo quer pôr fim à farra do tíquete-alimentação na CMB

Na semana passada, entrou em pauta de votação o projeto de lei do vereador Cleber Rabelo (PSTU) que pretende pôr fim à farra do tíquete alimentação que existe hoje na Câmara Municipal de Belém. Atualmente, cada vereador recebe, além do salário de R$ 15 mil, tíquete-alimentação mensal no valor de R$ 14 mil. Rabelo alega que a grande maioria da população do município ganha muito pouco enquanto os políticos ganham altos salários e desfrutam de várias mordomias pagas com o dinheiro público. O projeto não tem data para ser votado e, mesmo com forte apoio popular, tem grande chance de ser rejeitado.
Rabelo deu entrada no projeto em fevereiro deste ano, ainda no início de seu mandato. Operário da Construção Civil por 10 anos, o vereador afirma saber o quanto é difícil o cenário e as dificuldades que a classe trabalhadora enfrenta. “Só no Pará, 40% da população sobrevive com até um salário mínimo. Estamos falando de 1,4 milhões de trabalhadores que gastam quase metade do seu salário com alimentação. Enquanto isso, 35 vereadores do município de Belém movimentam R$400 mil por mês com vale alimentação. Um verdadeiro absurdo”.
E a luta pelo fim das mordomias e pela redução dos salários não abrange apenas os vereadores do município. O projeto de lei inicialmente propunha reduzir os salários do prefeito e da vice-prefeita que hoje são de R$18 mil e R$16 mil, respectivamente. “Nós tivemos que desmembrar os projetos e hoje eles tramitam separadamente. Mas esta também é uma briga nossa”. O vereador ainda denuncia que o orçamento destinado ao gabinete do prefeito chegam a somar mais do que os investimentos nas agências distritais de Outeiro, Icoaraci e Mosqueiro juntas. “Enquanto a população dos distritos mais afastados do centro sofrem com falta de saneamento, asfalto e iluminação, Zenaldo Coutinho (PSDB) gasta um valor próximo a R$17 milhões em seu gabinete”.
Ainda que os números sejam alarmantes e revelem uma enorme inversão de prioridades, é pouco provável que o projeto seja aprovado. Os vereadores da casa, segundo Rabelo, não querem perder suas mordomias, nem seu curral eleitoral. “As pessoas que vão à câmara pedir remédios, por exemplo, porque não encontram nos hospitais, ficam em dívida com o vereador que o ‘ajuda’. Em menor escala, o que acontece é uma espécie de compra de voto. Os privilégios dos políticos desmascaram o caráter do parlamento, que é uma instituição dos ricos e poderosos, ou seja: da burguesia”.
Para ser aprovado, no entanto, Rabelo aposta na mobilização popular. Uma campanha de abaixo-assinados junto à população nos bairros, universidades, canteiros de obra e na internet foi feita e a intenção é intensifica-la. “As mobilizações de junho provaram que é possível mudar. As pessoas nas ruas derrubaram tarifas de ônibus e a PEC da impunidade. Aqui em Belém, centenas de jovens ocuparam a Câmara de Vereadores exigindo passe-livre para estudantes e desempregados. É com essa mesma garra e disposição que devemos seguir”.

Assine aqui o abaixo-assinado e fortaleça a campanha: http://goo.gl/Ja5g85 

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