quarta-feira, 26 de março de 2014

Violência e falta de infraestrutura nas escolas revelam descaso com a educação nas ilhas

Mais de um ano se passou após Zenaldo Coutinho assumir a prefeitura de Belém e as mudanças prometidas em campanha ainda não saíram do papel. Aliás, a única mudança que se pode comprovar, de fato, foi a saída de um (des)prefeito para a entrada de um outro. E a precariedade da educação em Belém é uma prova disso. Mas se nem saúde, segurança e saneamento, os três “S”, que eram prioridades estão em boas condições, o que podemos esperar da educação, além do completo abandono? 
Basta uma visita rápida às escolas dos bairros da capital paraense – principalmente os periféricos – para ter a comprovação: estruturas danificadas, salas super lotadas, muitas vezes sem merenda escolar fazem parte da realidade dos estudantes e educadores. Mas se a vida de quem estuda e trabalha na capital é complicada, a daqueles que moram ou tem que se deslocar para as ilhas de Belém chegam a ser piores. 
Era uma escola muito engraçada...
A professora Silvana Farias trabalha na Unidade Pedagógica Seringal, localizada próximo à Cutijuba, reclama das condições precárias das escolas. “Para se ter uma ideia, o local de ensino/estudo é um barracão de meados dos anos 90, que nunca passou por reforma e ainda está superlotado!”. A professora ironiza a situação fazendo uma paródia da famosa cantiga composta por Vinícius de Moraes e Toquinho, A Casa. “Era uma escola muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...”, começa Silvana, ao lembrar de situações absurdas, como a vez em que encontrou cobras na “sala de aula”. 
Como se isso não bastasse, os assaltos seguem amedrontrando os professores que necessitam se deslocar, diariamente, da capital para a região das ilhas.  Atualmente, 25 professores precisam estar na praça Princesa Isabel (no bairro da Condor) todos os dias, por volta das 6h30 da manhã para fazer a travessia de barco. No final do ano passado, um professor foi assaltado e levou duas facadas. Na quinta-feira passada, um outro professor foi assaltado no mesmo local e no mesmo horário. 
De acordo com os professores, “a praça não dispõe de nenhuma segurança; é frequentada por traficantes, assaltantes que a utilizam como esconderijo, e moradores de rua – um deles estaria, inclusive, ocupando o Box da polícia que existe”. 
Quem são os responsáveis, quem são os prejudicados?
Em tempos de greve, a imprensa e os governos tentam ao máximo responsabilizar os professores pelas perdas de aula e atraso do ano letivo. “Os alunos são os mais prejudicados”, estampam nas capas de jornal. “Mas isso é uma meia verdade”, afirma o vereador Cleber. Para ele, os estudantes são prejudicados, sim, mas todos os dias, pela falta de investimento na educação pública, e os principais responsáveis são os governos que não priorizam o ensino público de qualidade e comprometem a aprendizagem. “A escola Navegantes, por exemplo, tem um chorume que está contaminando a água que as crianças consomem e até agora, parece que nada foi feito. Em outras unidades, as crianças estão sem aula porque o prefeito não tem pago regularmente os barqueiros que fazem o transporte para as escolas. Isso é inaceitável!”.



quinta-feira, 20 de março de 2014

Tucanos e bicheiros em ligações perigosas

Em uma série de reportagens divulgadas durante esta semana, o jornal Diário do Pará aponta indícios da existência de uma forte relação entre comandantes do jogo do bicho de Belém e aliados políticos do atual prefeito da cidade, Zenaldo Coutinho, na época em que ainda era candidato pelo PSDB. 
As reportagens têm como base o inquérito policial da operação “Efeito Dominó” que, em setembro do ano passado, prendeu 74 pessoas ligadas ao jogo do bicho no Pará, Rio de Janeiro e Bahia. Só em Belém, 32 pessoas foram detidas. A operação ainda apreendeu R$2 milhões enviados pelos bicheiros para o Banco do Estado do Pará (BanPará). Mas o dinheiro movimentado pelos envolvidos chegava a R$ 1 milhão por dia. A “Efeito Dominó” também desmantelou o “Parazão”, central de apostas que reunia as principais bancas de bicho em Belém.
Imagens DOL
Recentemente, grampos telefônicos da polícia revelaram diálogos entre o empresário Jânio Monteiro Vidal e Fabrício Gama, atual presidente do diretório municipal do PSDB e um dos líderes da campanha tucana à disputa da prefeitura.  Segundo a polícia, Jânio Vidal, mais conhecido como Jango, era um dos comandantes do Parazão.
Em uma das ligações, Jango e Fabrício aparecem comemorando a vitória de Zenaldo. Em outra, o bicheiro pede votos para o candidato tucano. Em muitas outras, conversas referentes à pesquisa eleitoral e à colocação de Zenaldo nas pesquisas eleitorais vem à tona. 
Denúncias revelam o jogo sujo das eleições burguesas
As gravações revelam muito mais do que a “colaboração” e uma possível contribuição financeira dos bicheiros à campanha de Zenaldo.
“Diga-me com quem andas que eu te direi quem és” e “Quem paga a banda escolhe a música” são ditados populares que, de certa forma, melhor conseguem ilustrar disputas eleitorais. A íntima ligação entre tucanos e bicheiros mostra, de forma óbvia, para quem o PSDB de Jatene e Zenaldo governam. Ao se aliar com criminosos, revelam que é consciente a política que vem sendo implementada no estado e município: uma política criminosa de baixos investimentos e, consequente, sucateamento das áreas sociais, como saúde, transporte, educação e segurança pública.
Essas denúncias também escancaram o jogo sujo das eleições burguesas, que envolve financiamento privado e criminoso de campanha, corrupção e compra de votos. Não acreditamos que as eleições possam mudar, de fato, a vida dos trabalhadores. Justamente por se tratar de um sistema controlado pelo poder econômico, a corrupção é a marca deste processo. Mas não podemos deixar que algo tão sério como essas acusações terminem assim: em meras acusações.
É necessária uma ampla investigação sobre esse escândalo que, se comprovado, não pode ficar impune como tantos outros. O Ministério Público Federal e a justiça devem ir a fundo nessas investigações se quiserem honrar o mínimo de confiança que a população ainda lhes concede. Zenaldo precisa se pronunciar sobre as denúncias, além de colocar seu sigilo fiscal, bancário e telefônico à disposição da justiça e da sociedade. Aos trabalhadores, a mobilização é a única saída. Somente assim poderemos garantir alguma possibilidade de transparência na apuração do esquema. A resposta aos tantos casos de corrupção tucana, como as fraudes na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA) em 2011, e ao descaso destes governos com as demandas do povo pobre deve ser nas ruas!

quarta-feira, 19 de março de 2014

Todo o apoio à greve dos técnico-administrativos das universidades federais!

O mandato do vereador Cleber Rabelo (PSTU) manifesta seu total e irrestrito apoio à greve dos técnico-administrativos em educação das universidades federais. O governo Dilma, na contramão dos interesses dos trabalhadores e do serviço público, se nega a atender a justa pauta de reivindicações dos técnicos das universidades que recebem o menor piso salarial do conjunto do funcionalismo público federal do país e aplica uma série de politicas de precarização e privatização da saúde, previdência e educação públicas, como a EBSERH, o FUNPRESP e ainda busca aprovar um projeto de lei que restringe o direito de greve.
Somente a luta organizada e unificada da classe trabalhdora será capaz de derrotar a intransigência e os ataques do governo que, de forma absurda, destina mais de 1 trilhão de reais para os banqueiros, mais de 30 bilhões para a copa do mundo e diz que não tem recursos para garantir investimentos nas universidades públicas e na valorização da carreira e dos salários dos servidores federais.
Os Garis do RJ deram o exemplo para toda a classe trabalhadora brasileira. Os governos não ouvem as vozes das ruas que desde junho exigem respostas para o caos social instalado neste país. É preciso derrotar unificar as lutas e greves em curso para derrotar o plano econômico do governo e lutar por mais investimentos nas áreas sociais e melhores salarios e condições de trabalho.


sábado, 15 de março de 2014

PSTU lança o vereador Cléber Rabelo como pré-candidato ao governo do Pará

   Na noite desta sexta-feira, 14, o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), lançou a pré-candidatura do vereador de Belém, Cleber Rabelo, ao governo do Estado do Pará. Mais de 300 pessoas participaram do lançamento que aconteceu na Câmara Municipal de Belém. Entre eles, líderes do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e do Partido Comunista Brasileiro (PCB). A necessidade de construção de uma candidatura que defenda os interesses dos trabalhadores se fez presente em todas as falas que, inclusive, ressaltaram a importância de uma frente de esquerda como alternativa nas próximas eleições.

   O servente de ferreiro Cleber Rabelo nasceu em Bacuri (MA), mas mora no Pará há quase 20 anos, entre Barcarena e Belém. O atual dirigente estadual do partido, já concorreu ao governo do Estado em 2010 e recebeu mais de 41 mil votos. Eleito vereador de Belém em 2012, já apresentou projetos como a redução dos salários dos vereadores e prefeito, Passe Livre para estudantes e desempregados e reserva de 15% de vagas para mulheres operárias da construção civil nas obras da prefeitura (Lei 9.037/2013). Seu mandato, ao lado das principais lutas dos trabalhadores de Belém, foi ressaltado pelo vereador Fernando Carneiro (PSOL): “Eu que convivo com o Cléber aqui na CMB, sei que ele é um dos melhores e mais respeitados vereadores da casa que não se curva à institucionalização da hipocrisia”, disse. “O PSTU está muito bem representado com essa pré-candidatura que é importante e legítima”, finalizou o parlamentar.

Jatene, que covardia! No Pará, o povo não tem moradia!


   Contraditoriamente, o Estado do Pará que é uma das maiores potências mineradoras do mundo, também é o que possui o município com o pior IDH (índice de desenvolvimento humano) do país: Melgaço. O déficit habitacional do estado é de mais de 200 mil habitações, enquanto a especulação imobiliária só aumenta. Além disso, cerca de 40% dos trabalhadores recebem até um salário mínimo por mês e comprometem quase metade da sua renda para garantir os 12 itens da cesta básica.

   
Francisco Silva (Líder Comunitário)
Francisco da Silva, filiado e ativista da luta por moradia do município de Parauapebas denunciou a realidade do município e lembrou o protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas na frente do hotel em que o atual governador Simão Jatene se hospedou na última visita: “A população está revoltada. Antes eram 4 movimentos por moradia, agora são 22 e vamos apoiar a candidatura do Cléber porque confiamos no programa do PSTU”, afirmou. Também fizeram falas, ativistas e militantes do partido dos municípios de Marabá, Santarém, Tucuruí, Ananindeua, Barcarena, etc.

   Além de denúncias das péssimas condições de vida dos trabalhadores do interior e da capital, também ficou registrado a importância das lutas que o PSTU vem travando nas ruas, como nas jornadas de junho do ano passado. A coordenadora da sub-sede de Barcarena do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará – SINTEP, Vera Lúcia Campos, lembrou que além do parlamento o PSTU está nas ruas e é por isso que vem crescendo no município: “O Cléber é um operário que está nas lutas do dia-a-dia da classe trabalhadora e, com certeza, não vai nos decepcionar. É por isso que vamos apoiar essa campanha desde já”.

E no Pará eu quero ver frente de esquerda acontecer!


   Atualmente o governo do estado está nas mãos do PSDB que já se organiza para concorrer no próximo pleito. Além dele, o filho de Jader Barbalho, Helder Barbalho, também lança o seu nome pelo PMDB que deverá contar com o apoio do PT. Ou seja, o estado continuará a sofrer com a falta de transporte público de qualidade, de hospitais e escolas. É por isso que o PSTU compreende a necessidade de apresentar uma alternativa aos trabalhadores. Defendemos uma Frente de Esquerda composta por nós, PCB e PSOL com um programa que atenda o real interesse dos trabalhadores e combata a criminalização dos movimentos sociais, o machismo, racismo e homofobia.

   
Araceli Lemos (Pré-candidata pelo PSOL)
A pré-candidata ao governo pelo PSOL, Araceli Lemos, esteve na mesa e reafirmou a importância da frente: “Sabemos que o nosso povo precisa de uma frente de esquerda que pode ter o nome do Cleber, o meu ou de outro lutador, porque temos a obrigação de tirar os trabalhadores das mãos destes que só nos exploram há anos. Nós, do PSOL, estamos abertos para continuar uma conversa para lutar juntos não só nas eleições, mas pela revolução brasileira”, concluiu.

   Para finalizar a atividade, o pré-candidato Cléber Rabelo, fez um chamado para a mobilização. Os números são categóricos: enquanto mais de 40% do dinheiro do país é repassado para banqueiros, menos de 5% é destinado para a educação e menos de 1% para moradia. Para ele, o motivo das mazelas sociais não está na falta de dinheiro, mas na falta de compromisso: “Tem dinheiro para a COPA e para o mensalão, mas não tem para a educação e transporte? A verdade é que esses governos estão comprometidos com os empresários que financiam suas campanhas e não com os trabalhadores que pagam seus salários. É por isso que queremos um programa que defenda os trabalhadores e não receba nenhum financiamento de empresas privadas. Queremos uma campanha financiada pelos trabalhadores”, afirmou. Além do não financiamento por empresários, o PSTU também chama uma frente que respeite as representações de cada partido.
Cleber Rabelo (Pré-candidato pelo PSTU)

É possível lutar e é possível vencer!


   Com as jornadas de junho a juventude e os trabalhadores provaram que só a luta organizada é capaz de arrancar conquistas. Em 2014 o desafio é maior. E a atividade desta noite deu mais ânimo para os ativistas se organizarem contra as injustiças da COPA e das eleições burguesas. Apenas com a mobilização permanente da classe trabalhadora é possível mudar a realidade e construir uma sociedade sem exploração e opressão. “Os trabalhadores não vão mais baixar a cabeça e em 2014 vamos lutar e torcer pelo Brasil: por um Brasil com escolas, saúde e educação. Com transporte e, principalmente, sem exploração!”, finalizou Cleber.




Confira as fotos do ato de lançamento da Pré candidatura (Clique Aqui)

terça-feira, 11 de março de 2014

Manifesto de chamado à Frente de Esquerda no Estado do Pará

Chega de Tucanos e de Barbalhos!
Queremos o Pará para os trabalhadores! 
O Pará é um Estado marcado por uma enorme contradição. Por um lado, é riquíssimo, em se tratando de seus recursos naturais e da produção de riquezas, com um PIB de mais de R$ 88 bilhões. O Estado  possui a maior reserva mineral do planeta (Serra dos Carajás); abriga extraordinária biodiversidade; tem o 5º maior rebanho bovino do país; é um dos maiores produtores de energia do Brasil (e em breve poderá ser o maior, com Belo Monte), é um dos maiores exportadores de madeira e possui enorme área de terras agricultáveis.
Por outro lado, possui indicadores sociais revoltantes. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará (IDESP), dos 7,4 milhões de habitantes, mais de 2 milhões vivem abaixo da linha da pobreza, tendo que sobreviver com meio salário mínimo mensal por pessoa. Cerca de 40% dos trabalhadores recebem até um salário mínimo por mês e comprometem quase metade desta renda para garantir os doze itens da cesta básica.
É o modelo de desenvolvimento capitalista adotado nas última décadas pelos governos, a serviço do grande capital, que explica a absurda contradição que faz do Pará um Estado que abriga mais de 20 milhões de cabeças de gado bovino, mas que tem 2 milhões pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza ou o fato de o Estado ser um dos maiores exportadores de energia do país, com o seu povo pagando uma das tarifas de energia mais caras.
Enquanto as grandes mineradoras, o agronegócio e os grandes projetos, como a Usina de Belo Monte, sugam toda nossa riqueza, a pobreza, a destruição ambiental e a desigualdade social só aumentam. Quem sofre com a falta de direitos, de políticas públicas e com o caos nos serviços públicos são os trabalhadores, o povo pobre e o meio-ambiente.
Os vergonhosos indicadores sociais de nosso Estado em educação, saúde, saneamento, segurança pública, moradia, emprego e transporte, além da tragédia da questão agrária e ambiental, são responsabilidade da opção feita pelos governos dos partidos que historicamente governaram o Pará, como o PSDB, o PMDB e seus aliados.
Nas eleições, a grande mídia vai dar destaque para os candidatos dos ricos e dos partidos que sempre governaram, como Simão Jatene e Helder Barbalho. Será fabricada uma falsa polarização entre estes dois partidos políticos, no entanto, ambos representam o mesmo modelo econômico e o mesmo modo de governar, que privilegia os bancos, grandes empresas e o agronegócio em detrimento das necessidades e reivindicações dos trabalhadores, do povo pobre e da juventude.
Por uma Frente de Esquerda e Socialista nas lutas e eleições!

Este cenário de falsa polarização entre dois candidatos que representam o mesmo projeto e diante da traição do PT, que deverá apoiar Helder, coloca a necessidade da apresentação de uma alternativa socialista e dos trabalhadores que seja, no processo eleitoral, a expressão das lutas, das reivindicações e das necessidades dos que lutam por dignidade e justiça social em nosso estado. Por isso, o PSTU decidiu lançar a pré-candidatura do seu presidente estadual, o operário da construção civil e vereador de Belém Cleber Rabelo, a governador do estado. E faz esse lançamento reafirmando o chamado ao PSOL, ao PCB a constituição de uma Frente de Esquerda que apresente uma candidatura unitária em 2014.
Para contribuir com esta discussão, e frente às decisões tomadas recentemente pelo PSOL, que indicou a ex-deputada Araceli Lemos como pré-candidata ao governo do Pará, nosso partido apresenta algumas ponderações políticas que julgamos importantes.
A nosso ver a candidatura da frente deverá estar comprometida com as lutas e reivindicações dos trabalhadores e da juventude paraense, defendendo o programa das jornadas de junho. Deve ser, portanto, uma candidatura que se localize tanto na oposição de esquerda ao governo federal do PT quanto do governo estadual do PSDB e seus aliados.
A Frente deve defender um programa que aponte as mudanças de fundo que precisamos fazer no estado, tais como a ruptura com o modelo econômico vigente através da reestatização da Celpa, da organização de uma campanha nacional pela reestatização e da Vale e demais empresas privatizadas; a sobretaxação das grandes fortunas e multinacionais, com o fim das isenções fiscais, para aumentar a capacidade de investimentos nas áreas sociais do Estado; A luta pelo fim da Lei Kandir e da Lei de Responsabilidade Fiscal; a realização da reforma agrária sob controle dos trabalhadores rurais para colocar a terra a serviço da produção de alimentos para o povo; além de um plano de obras públicas e de investimentos nas áreas sociais para combater a pobreza e o caos social na saúde, educação, transporte, saneamento e habitação.
A candidatura da Frente de Esquerda também precisa lutar contra a criminalização dos movimentos sociais, contra a violência policial e do Estado praticada no campo e na periferia das cidades e deve estar na linha de frente na luta contra a violência e toda forma de discriminação contra as mulheres, negros e negras e homossexuais.
Essa Frente deve apostar sua energia na organização e na luta dos trabalhadores e da juventude para que estas mudanças possam ser realizadas no Pará. Elas não serão feitas através de um sistema eleitoral controlado pelo poder econômico, marcado pela corrupção. Para isso, essa candidatura precisa se comprometer a não aceitar recursos da burguesia para o financiamento de sua campanha e deve dar ampla divulgação à origem dos recursos que serão utilizados. Deve assumir compromisso público de que não haverá alianças com setores da burguesia na campanha, seja em nível estadual ou nacional. E de que tampouco serão formados governos com participação de setores burgueses, como acontece hoje em Macapá. A construção da candidatura única dos partidos implicaria ainda em acertos importantes como a divisão do tempo de TV e no respeito à representação de cada partido.
Avançar nessa perspectiva significará uma grande vitória para a classe trabalhadora e para os movimentos sociais de nosso Estado. Este é o nosso posicionamento. É para defendê-lo, e para contribuir no esforço da construção desta alternativa unitária da esquerda para o Governo do Pará em 2014 que o PSTU apresenta a pré-candidatura do operário Cleber Rabelo, presidente estadual do nosso partido.

Belém, 11 de março de 2014
Direção Estadual do PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado


sábado, 8 de março de 2014

8 de março - Em Belém, ato exige fim da violência contra as mulheres

Belém ficou lilás neste 8 de março. O dia internacional de luta da mulher trabalhadora reuniu cerca de mil pessoas que desfilaram entre as principais avenidas da cidade. O bloco classista e socialista do PSTU denunciou, na forma de marchinhas de carnaval, os altos índices de violência à mulher e o descaso dos governos que investem pouco no combate à violência machista e em áreas sociais, enquanto a maior parte do dinheiro público é destinada ao pagamento das dívidas interna e externa e para os grandes empreendimentos, como a Copa do Mundo.
A famosa marchinha "Cabeleira do Zezé", por exemplo, foi adaptada e os foliões do bloco contra o machismo cantaram bonito nas ruas -apertadas- do comércio. Os trabalhadores que transitavam pelas ruas se animaram ao ouvir: 
"Olha, essa copa de quem é?  Não é da mulher! Não é da mulher! 
Não tem dinheiro pro transporte. Não tem pra educação. 
Não tem dinheiro pra saúde. 
Pra FIFA tem mais de um milhão. Vem pra rua, vem!"
O vereador Cleber Rabelo (PSTU) esteve presente durante o ato e se solidarizou à luta das mulheres. Para ele, a luta contra o machismo é a luta de homens e mulheres da classe trabalhadora contra a opressão e a exploração capitalista. 
Cleber também ressaltou a necessidade urgente da presidente Dilma (PT) inverter a ordem de prioridades de seu governo. Ainda hoje, mais de 42% do orçamento da união são destinados ao pagamento dos banqueiros nacionais e internacionais. "Enquanto isso, o investimento no programa de combate à violência às mulheres foi R$ 25 milhões, o que dá R$0,26  para cada mulher atendida. E ainda vem reduzindo ano após ano... É por isso que o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking do feminicídio!", afirmou. 
No Pará não é diferente. O estado ocupa o 4º lugar no ranking da violência. A falta de segurança pública, iluminação e o aumento dos assaltos afetam em maior grau as mulheres. Paragominas, por exemplo, é o primeiro município  (de até 100 mil habitantes) do país no ranking de violência à mulher. Além disso, a violência institucional agrava ainda mais a situação das mulheres. Em um estado de extensão continental, a exemplo do Pará, é inadmissível que existam apenas duas casas abrigo e nas 11 delegacias especializadas de assuntos da mulher (DEAM) faltam delegadas, psicólogas e assistentes sociais plantonistas. Os poucos investimentos em educação também afetam as mulheres. O déficit de creches públicas em Belém, por exemplo, chega a 64%. O município precisaria de 237 creches a mais para atender as necessidades da população.
"Isso é culpa do descaso do governo tucano de Jatene e da prefeitura Zenaldo Coutinho - que não avançam que na construção de creches nos bairros periféricos para que as mulheres tenham direito a trabalhar. É preciso inverter as ordens e isso só será possível com mulheres e homens nas ruas!".