terça-feira, 27 de maio de 2014

Todo apoio à greve da educação de Belém

Não é novidade que educação nunca foi prioridade para o atual prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB). E a greve iniciada ontem (26/05) pelos professores do município é parte das respostas contra o completo descaso com tema. O abandono e a falta de investimentos deixam, diariamente, estudantes sem aulas, escolas caindo aos pedaços e professores em péssimas condições de trabalho.  Por isso, além de reajuste salarial de R$1.400 para R$1.700; aumento do valor do ticket alimentação; PCCR unificado e eleições diretas para diretores, a greve defende a educação pública de qualidade.
Justiça a serviço de quem?
Antes mesmo de ter iniciado, porém, a justiça concedeu uma liminar para a prefeitura considerando a greve abusiva.  A decisão proferida pela desembargadora Célia Regina Pinheiro ainda no domingo (25) prevê multa diária de R$40 mil, além do desconto dos salários pelos dias parados.  Mas a greve dos professores da rede municipal é legítima. O que é ilegal é o papel que cumpre essa “justiça”, que condena e criminaliza aqueles que lutam por melhores condições de vida, ao mesmo tempo em que beneficia políticos e empresário corruptos.
Ilegal é a falta de investimentos que faz com que as escolas fiquem cada vez mais sucateadas. Basta uma visita rápida às escolas dos bairros da capital paraense – principalmente as dos bairros periféricos - para ver a triste realidade: estruturas danificadas, salas superlotadas, muitas vezes sem merenda escolar fazem parte da realidade de estudantes e professores. E a situação daqueles que estudam ou ensinam nas regiões das ilhas de Belém chega a ser pior. Inúmeros são os relatos de professores que trabalham na região e que já encontraram até cobras nas unidades de “ensino”.
Enquanto isso, o prefeito Zenaldo Coutinho se nega a negociar com os trabalhadores e segue mentindo nos meios de comunicação, alegando que paga o piso nacional dos trabalhadores em educação pública. Uma grande falácia que tenta jogar a população contra a luta por melhores condições de educação e ensino. Não bastasse isso, Zenaldo afima que só negocia com os trabalhadores, caso saiam da greve.
A luta é o caminho
Essa chantagem não convence e os trabalhadores mostram o caminho. São inúmeras greves acontecendo por todo o país contestando as injustiças e a precariedade dos serviços públicos. Aqui não é diferente. Se a educação não é prioridade para a prefeitura de Belém, para os trabalhadores, é. E por isso, a luta continua!

Cleber Rabelo

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