terça-feira, 27 de outubro de 2015

EPIDEMIA DE HOMICÍDIOS TOMA CONTA DO PARÁ

No feriadão do recírio, entre os dias 23 (sexta-feira) e 26 de outubro (segunda-feira) uma nova onda de homicídios aterrorizou o Estado do Pará. No total, foram registrados 64 homicídios em menos de 4 dias, 30 dos quais só na região metropolitana de Belém.
Entre os casos mais comentados estão o caso da engenheira de produção Karina Konagano, 23, cujo corpo foi encontrado carbonizado em um ramal no distrito de Quatro Bocas, município de Tomé-Açu. Os motivos do crime ainda são desconhecidos, mas a vítima, uma mulher jovem, é mais uma que entra nas cruéis estatísticas do assassinato de mulheres em nosso país.

MILICIANOS ESPALHAM TERROR  
Outro caso que está gerando polêmica diz respeito à morte do Soldado da ROTAM (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana) Vítor Pedroso, assassinado no domingo no bairro da Cremação após um assalto. No dia seguinte, dia 26/10, um dos suspeitos do assassinato do soldado, Jaime Nogueira Junior, vulgo “Pocotó”, foi executado por 8 homens encapuzados em um leito no Hospital da Unimed no bairro de Fátima, em uma ação cujas suspeitas recaem para a ação de milicianos. Após o assassinato do soldado do Rotam, um clima de terror via redes sociais tomou conta da cidade, com a propagação do toque de recolher em vários bairros periféricos e ameaças de uma nova chacina. 
Há menos de 1 ano a cidade de Belém era notícia em todo o país pela ocorrência da chacina que vitimou 10 pessoas inocentes em bairros como Tapanã e Terra Firme após o assassinato do cabo Pet, também da ROTAM. O relatório da CPI das milícias da Assembleia Legislativa do Estado do Pará concluiu em suas investigações a existência e a atuação de milícias em Belém, porém ninguém foi preso ou condenado pela chacina que vitimou jovens negros e pobres da periferia de Belém. Ao que tudo indica, a execução sumária de Pocotó deve-se à ação das milícias que continuam espalhando o terror, julgando e executando sumariamente as pessoas na cidade sem direito à defesa e julgamento, independentemente de culpadas ou inocentes.
A pena de morte já foi instituída na prática por bandidos, sejam eles fardados ou não. O Pará virou uma terra sem lei.
A falência da política de segurança pública do governador Simão Jatene (PSDB) é sentida por toda a população em cada canto do Estado, particularmente na Região Metropolitana de Belém, com aumento dos índices de violência e a epidemia de homicídios que hoje varre municípios como Belém, Ananindeua e Marituba. 

UM PROGRAMA SOCIALISTA PARA COMBATER A VIOLÊNCIA 
Enquanto os jovens não tiverem direito a emprego, educação de qualidade, acesso à cultura, esporte e lazer, o mundo do crime continuará recrutando crianças e adolescentes para atuar no tráfico de drogas, para roubar e para matar. A redução da maioridade penal e a política de “guerra às drogas” também não são a solução. Ao contrário, só agrava o problema da violência. As prisões são verdadeiras universidades do crime e a criminalização do consumo de drogas transforma em problema policial algo na verdade é um problema de saúde pública e uma questão que deve ser tratada socialmente. O consumo de drogas deve ser descriminalizado e o Estado deve controlar a produção e a comercialização de drogas, acabando com o tráfico e investindo em campanhas contra o uso de drogas e em tratamento para dependentes químicos com os recursos advindos do recolhimento de impostos da comercialização destas substâncias.
Além disso, defendemos também a desmilitarização da PM, o fim das tropas de choque e a criação de uma polícia civil unificada com direito de greve e sindicalização aos agentes de segurança pública e a eleição democrática dos comandantes com controle pela população, mudando o foco da ação policial, para uma ação essencialmente comunitária e preventiva, pois hoje as forças de segurança atuam principalmente como um braço armado do Estado capitalista para criminalizar a pobreza e reprimir os pobres e negros nas periferias, além de atuar na maioria das vezes na repressão às lutas e mobilizações da classe trabalhadora.

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