terça-feira, 8 de março de 2016

8 de março: As trabalhadoras não vão pagar pela crise!

O dia internacional de luta das mulheres trabalhadoras reuniu diversos movimentos feministas, organizações sindicais e partidos políticos de esquerda em um ato em defesa dos direitos das mulheres e contra o machismo. O PSTU esteve, de manhã cedo, em canteiros de obra para fazer o debate da opressão e da exploração com as operárias da construção civil e depois se uniu ao ato que percorreu as ruas da Terra Firme.
Nos canteiros, diretoras do sindicato da categoria lembraram que, apesar dos avanços para as mulheres – que agora podem trabalhar, inclusive em profissões antes consideradas “masculinas”, a situação da mulher trabalhadora ainda é bastante complicada. “A gente sabe bem disso. Ainda temos menos oportunidades por conta do preconceito, ganhamos menos e sofremos com os assédios moral e sexual”, disse Daniele, mais conhecida como Lora. De acordo com ela, a situação que já é difícil piorou com a crise que atinge as mulheres de forma mais dura. “Aqui na categoria, nós fichamos principalmente no final, nos serviços de acabamento e a rotatividade é muito grande e dificilmente ficamos longos períodos em um canteiro... e com os ataques no seguro-desemprego, por exemplo, o governo praticamente tirou isso pra nós, mulheres”, afirmou. 
Depois das passagens nos canteiros de obra, a militância do PSTU participou também de um ato em unidade com outras organizações de esquerda de Belém. O ato percorreu as ruas do bairro da Terra Firme denunciando o descaso dos governos com as pautas das mulheres e fez paradas em frente à Unidade de Saúde e de Educação Infantil do bairro. “Dilma (PT), Jatene e Zenaldo (ambos do PSDB) não nos representam. Estão juntos atacando os direitos das trabalhadoras e são os responsáveis pela falta de investimento na saúde e na educação. Enquanto garantem os lucros dos banqueiros e empresários, as mulheres trabalhadoras morrem nas filas dos hospitais e não têm creches para os seus filhos”, denunciou Gizelle Freitas, integrante do Movimento Mulheres em Luta.  
Outros temas também foram denunciados como parte importante da luta contra o machismo. O vereador Cleber Rabelo (PSTU), ressaltou a necessidade da união da classe trabalhadora para derrotar o machismo e também o capitalismo. “É preciso lutar com todas as forças para por fim à violência machista. E essa é uma luta dos homens e das mulheres trabalhadoras. Isso passa por derrotar os patrões e os governos que tanto atacam os nossos direitos. Mas é preciso também derrotar o sistema capitalista, que se utiliza do machismo para melhor oprimir e explorar as mulheres. Só em uma outra sociedade, uma sociedade socialista, é que poderemos dar a fim à violência às mulheres e alcançar a plena liberdade”, disse.